Paris lembra hoje um ano dos atentados de janeiro de 2015

A capital francesa lembra hoje (7) o primeiro aniversário dos atentados terroristas registrados entre os dias 7 e 9 de janeiro de 2015, com a realização de várias cerimônias de homenagem às vítimas. No dia em que se cumpre exatamente um ano após o ataque jihadista à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, o presidente François Hollande presta homenagem às forças policiais na sede da polícia.
As homenagens começaram terça-feira com o descerramento de placas de homenagem na rua Nicolas-Appert, diante da antiga sede do Charlie Hebdo, onde, em 7 de janeiro, foram assassinadas 12 pessoas, em Montrouge, onde no dia 8 de janeiro foi assassinada uma policial municipal e na Porte de Vincennes, diante da mercearia judaica onde quatro pessoas também morreram em 9 de janeiro.
Um ano após o atentado que matou as principais figuras da caricatura francesa, o jornal escolheu para a capa um desenho do cartunista Riss, que apresenta um Deus assassino, com barba e armado de uma kalachnikov, sob o título “Um ano depois, o assassino continua solto”.
A edição de 32 páginas – em vez das habituais 16 – conta com um caderno especial de desenhos dos cartunistas assassinados há um ano Cabu, Wolinski, Charb, Tignous e Honoré, cartuons dos atuais colaboradores, assim como textos da ministra francesa da Cultura, Fleur Pellerin, das atrizes Isabelle Adjani, Charlotte Gainsbourg, Juliette Binoche e do músico Ibrahim Maalouf, entre outras personalidades.
No editorial, o diretor do jornal e desenhista sobrevivente do atentado denuncia “os fanáticos embrutecidos pelo Corão” e outros religiosos que tinham desejado a morte do jornal por “ousar rir da religião”, garantindo que “as convicções dos ateus e dos laicos fazem mover mais montanhas que a fé dos crentes”.


Ataques em janeiro causaram 17 mortes. Foto: Reprodução

O início dos atentados

Por volta das 11h30 de 7 de janeiro, os irmãos Chérif e Said Kouachi entram na sede do jornal satírico “Charlie Hebdo” e matam 11 pessoas. Na fuga, atiram à queima-roupa contra um policial já rendido. Após trocarem de carro, fogem da cidade.

“Je suis Charlie”

Uma multidão toma a praça da República, em Paris, depois das 17h, em manifestação de apoio ao “Charlie Hebdo”.

Novo assassinato

Por volta das 8h, Amedy Coulibaly atira e mata a policial Clarissa Jean-Philippe e fere um gari em Montrouge. A polícia francesa identifica uma conexão com o ataque do dia anterior.

Sequestro na gráfica

Pouco depois das 9h, policiais começam operação de busca em Dammartin-en-Goële, cidade com 8.000 habitantes, atrás dos irmãos Kouachi. Os dois suspeitos invadem uma gráfica e fazem, ao menos, um refém. Eles dizem a policiais que querem “morrer como mártires”.

Sequestro no mercado

Por volta de 13h30, a polícia confirma que um sequestrador entrou no mercado judaico Hyper Cacher, na Porte de Vincennes, em Paris, e fez ao menos 19 reféns.

Invasão e morte

Por volta das 17h, em ações praticamente simultâneas, os policiais invadem a gráfica e o mercado –nas duas, há o registro de explosões. Às 17h30, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, confirma a morte de Said e Chérif Kouachi. O refém da gráfica é libertado. No mercado, ao menos quatro reféns morreram, junto com Coulibaly.