Nove são condenados por construção de túnel para fuga do Presídio Central

A única condenada a cumprir pena em regime fechado é a dona da casa alugada pelo bando criminoso que pretendia promover a fuga de criminosos.

Nove pessoas foram condenadas pelos crimes de organização criminosa e promover ou facilitar fuga de presos no caso da construção de um túnel em uma casa ao lado do Presídio Central. O MP disse que vai recorrer, pedindo aumento das penas impostas pela 1ª Vara Criminal do Foro Regional do Partenon.

A única condenada a cumprir pena em regime fechado é Cíntia Santos de Paula, que recebeu cinco anos e nove meses de reclusão. Ela era a dona da casa alugada pelo bando criminoso que pretendia promover a fuga de criminosos do Central.

Ezequiel Conceição – considerado o comandante do grupo –  recebeu cinco anos e sete meses de prisão; Carlos Augusto Michaelsen, Daniel dos Santos Conceição, Dalvan Vargas Durante, Eliseu dos Santos, Josué Conceição, Odair José Haag e Oseias Rodrigo Flores deverão cumprir pena entre de quatro anos e seis meses e quatro anos e 11 meses. Eles deverão cumprir a pena em regime semiaberto.

Os réus foram denunciados porque participaram da construção de um túnel de 50 metros para a fuga de detentos da Cadeia Pública de Porto Alegre. O juiz João Luís Pires Tedesco determinou o perca de duas caminhonetes em favor do Estado, uma vez que os veículos foram utilizados na prática dos delitos. Eles não poderão apelar em liberdade.

 

Operação Túnel Santo

Em 22 de fevereiro, após três meses de investigação, foi deflagrada a Operação Túnel Santo, realizada pelo Denarc (Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico) com acompanhamento do MP desde a fase inicial. A ação ocorreu antes do túnel chegar até o Presídio Central. Naquele dia, houve a prisão de oito pessoas.

Durante a instrução do processo, testemunhas e réus esclareceram que a intenção, com o túnel, era que 1.050 presos de uma facção criminosa fugissem. Faltava aproximadamente 40m para a conclusão do plano de fuga descoberto em fevereiro deste ano. Para não despertar atenção das autoridades, a terra retirada era armazenada dentro dos imóveis.

Os “tatus” eram pagos com, no mínimo, R$ 1 mil semanais cada um, além de moradia em outra cidade, transporte até o trabalho e alimentação durante a escavação pagos pelos contratantes. O MP denunciou outras nove pessoas pela participação no mesmo crime, cujo processo segue em trâmite.