MP vai questionar as 19 transferências de presos não autorizadas pela Justiça Federal

Ao todo, 27 detentos considerados líderes de facções foram transferidos hoje para as penitenciárias federais de Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Mossoró (RN)

O Ministério Público do Rio Grande do Sul deve questionar a Justiça Federal sobre as 19 transferências de presos indeferidas no âmbito da Operação Pulso Firme. Conforme o procurador-geral de Justiça do Estado, Fabiano Dallazen, será pedida a reconsideração de ao menos 12 dos pedidos.

Ao todo, 27 detentos considerados líderes de facções foram transferidos hoje para as penitenciárias federais de Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Mossoró (RN). Em entrevista à Rádio Gaúcha, Dallazen confirmou que 19 pedidos de transferências foram negadas pela Justiça Federal.

“Recorreremos dos casos de pelo menos uma dúzia. Para a população, mostramos que o Estado é capaz de enfrentar essa situação”, disse Dallazen durante o programa “Gaúcha Repórter. Se a Justiça rever os pedidos, o número de detentos transferidos pela Operação pode alcançar 39.

Mais de três mil homens, de 20 instituições, foram mobilizados para a execução da Operação Pulso Firme, que pretendia transferir 46 criminosos. A Justiça, no entanto, só autorizou 27 para as unidades penitenciárias federais de Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Mossoró (RN).

Pulso Firme

Mantida em sigilo até a madrugada desta sexta-feira a ação começou por volta das 3h da manhã, quando um comboio de dezenas de viaturas foi até a PASC (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas), Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas, PEJ (Penitenciária Estadual do Jacuí) e Presídio Central.

A extração foi concluída nas penitenciárias de Charqueadas às 6h50. Pouco depois das 8h, o comboio chegou à Base Aérea de Canoas, onde dois Hércules C-130 esperavam pelos prisioneiros.

Em Canoas, os presos passaram por exames médicos realizados pelo Instituto-Geral de Perícias. Após o procedimento, a custódia foi então repassada a agentes do Departamento Penitenciário Nacional, que utilizou um avião da Força Aérea Brasileira para conduzir os detentos às unidades federais de destino.

Conforme a SSP, os apenados foram selecionados em um trabalho conjunto da secretaria e de setores de inteligência dos órgãos de segurança estaduais e federais. O critério estabelecido foi a posição na organização a qual pertencem, somada a capacidade de influência e de comando que possuem dentro e fora do sistema penitenciário.