Posto de saúde da Vila dos Sargentos será fechado por causa da violência

O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo Mendes, ressaltou, por meio de nota, que a violência já chegou a "um nível extremo".

O posto de saúde da Vila dos Sargentos, na zona Sul de Porto Alegre, será fechado de maneira definitiva, segundo o Simers (Sindicato Médico do Rio Grande do Sul). A medida foi tomada depois que o corpo de um homem foi encontrado esquartejado e decapitado nas imediações da UBS (Unidade Básica de Saúde).

O presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, ressaltou, por meio de nota, que a violência já chegou a “um nível extremo”. “Se a equipe do Médicos Sem Fronteiras atendesse em Porto Alegre, já teria ido embora. Isso porque é pressuposto para eles que estejam a salvo da luta entre facções ou países. Aqui ninguém está a salvo”, lamenta.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a gestão municipal discute com o Exército a possibilidade de que seja cedido um terreno na entrada da comunidade, local em que o posto seria reaberto. Argollo ressaltou, no entanto, que é preciso repensar a estrutura de atendimento em saúde nas regiões de conflito. Do contrário, criam-se apenas medidas emergenciais.

“O conceito moderno é de uma área de segurança, com uma estrutura física bem iluminada, cercada, onde se coloca a escola, a creche, o posto da Brigada Militar, o posto da Polícia Civil e a unidade de saúde. Ou seja, cria-se um centro mais seguro também para os moradores. Agora, se ninguém fala com ninguém, cada um coloca a sua equipe onde é mais barato o aluguel, não tem como dar certo”, enfatizou o presidente do sindicato.

Enquanto isso, os moradores da região precisam se deslocar até os bairros Ipanema ou Guarujá, distantes cerca de seis quilômetros, para receber atendimento. Os profissionais que atendiam no posto da Vila dos Sargentos já foram deslocados para essas unidades.

Números da violência

Desde 2014, o Rio Grande do Sul já soma 80 casos de violência em unidades de saúde e seus arredores. Só neste ano já foram 20 casos, nove deles em Porto Alegre.