Pensata | Tempos perigosos

As páginas da história do Brasil estão sendo escritas uma a uma, sem roteiro, sem expectativa, sem esperança e sem vontade.

A morte de Marielle Franco talvez seja o ápice de uma crise social que se arrasta há muito tempo. Crise que mata policiais e inocentes quase todos os dias. Agora foi a vez de uma vereadora, líder social. E o “talvez” foi usado pois não sabemos o que virá a seguir. As páginas da história do Brasil estão sendo escritas uma a uma, sem roteiro, sem expectativa, sem esperança e sem vontade.

A morte de Marielle é o resultado da intolerância que vivemos há tanto tempo, que massacra ideias diferentes há muitos anos, que faz chacota das reivindicações alheias, que despreza e tenta calar o contraditório.

A morte de Marielle é um sinal para que direita, esquerda, centro, homes, mulheres, gays, lésbicas, héteros, cis, trans, negras, brancas, amarelos, vermelhos e tantas outras denominações possíveis se juntem por uma só causa, a do Brasil.

É cada vez mais necessário abandonar ideologias que afirmam agregar mas que, na verdade, fazem separar por não admitirem o diferente, acreditando que sua voz é única, mesmo com outras 207,7 milhões de vozes em todo o Brasil.

E essas 207,7 milhões de vozes, que deveriam ecoar a favor de todos, lutam umas contra as outras, em nome de agendas cada vez mais separatistas, sem conversa e sem entendimento. Como em uma enorme torre de babel onde a esperança, popularmente a última a morrer, já respira por aparelhos.