PASSADO E PRESENTE

UFRGS divulga tema da redação do Vestibular 2024

O objetivo da prova é fazer pensar sobre as manifestações de preconceito, de intolerância, de autoritarismo, de racismo e de tantas outras formas de discriminação

Foto: arquivo Secom/UFRGS

A partir do texto “Deixem a História em paz”, do professor titular de História da Unicamp, Jaime Pinsky, a prova de Redação do Concurso Vestibular da UFRGS 2024 trouxe como tema o questionamento: “Que História pode e deve ser ensinada?”.

Conforme a UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o objetivo da prova é fazer refletir sobre o passado e o presente para pensar as manifestações de preconceito, de intolerância, de autoritarismo, de racismo e de tantas outras formas de discriminação. A Redação deveria ser dissertativa e conter título, além de extensão de 30 a 50 linhas.

Após apresentar o texto do professor Pinsky, a Prova pedia ao vestibulando para considerar a situação de, no contexto do último ano do ensino médio, compor um grupo formado por pais, professores e alunos, cuja função é debater o futuro do ensino na escola. O assunto debatido pelo grupo seria o ensino da História, a partir do seguinte tema: “Que História pode e deve ser ensinada?”.

O vestibulando deveria, então, dissertar sobre as ideias do texto de Jaime Pinsky, apresentando seu ponto de vista a respeito dos argumentos expostos pelo historiador. A dissertação teria o objetivo de ser lida perante o grupo e seria considerada para auxiliar a balizar o futuro do ensino de História na escola.

“Deixem a História em paz”

O texto que serviu de base para a prova foi publicado no ano passado, no Jornal Correio Braziliense. Nele, Pinsky argumenta a respeito da importância da História feita por historiadores. “Na verdade, a maioria nem sequer tem ideia do que é História, embora todos se sintam no direito (obrigação?) de palpitar sobre o assunto, e até de exigir a troca de professores em muitas escolas”, pontua.

Na mesma publicação, Pinsky enfatizou a importância de considerar a historicidade do próprio historiador. Um exemplo seria uma historiadora que hoje busque estudar a história das mulheres no período colonial brasileiro e que será levada a fazer investigações que outra historiadora, de um século atrás, não teria feito.

Ao finalizar o texto, Pinsky retoma o ensino de História e destaca a importância de buscar obras de qualidade como bom ponto de partida para não transformar a sala de aula em campo de batalha, ou palanque político. “Por outro lado, cabe aos dirigentes educacionais oferecer suporte aos seus docentes. Tenho visto um movimento inaceitável de pais de alunos querendo interferir em programas de curso, em abordagens de temas sensíveis, chegando até a instrumentalizar seus filhos para questionarem de modo grosseiro os professores quando estes não apresentam abordagem histórica que os interessa.”, aponta.

No domingo tem mais

Os gabaritos das provas deste sábado (25) serão divulgados amanhã, a partir das 9h, no site https://vestibular.ufrgs.br. O concurso prossegue no domingo à tarde. Acesse a prova de redação aqui.

A divulgação do listão de aprovados está programada para até as 17h de 11 de dezembro. Mais detalhes sobre a aplicação das provas e o cronograma do processo seletivo estão no Manual do Candidato.