INFLUENZA H5N1

Confirmado foco de gripe aviária em aves silvestres no Taim

A doença foi detectada em aves silvestres localizadas próximas à Lagoa da Mangueira, no município de Santa Vitória do Palmar.

Cisne-de-pescoço-preto é removido do Taim. Crédito: ESEC Taim / Divulgação

O MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) e a SEAPI (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS) confirmaram, na noite desta segunda-feira (29), o primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade no Rio Grande do Sul. A detecção ocorreu após a morte de ao menos 36 cisnes-de-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus) na Estação Ecológica do Taim, no sul do Estado. O local foi interditado para visitação.

A doença foi detectada em aves silvestres localizadas próximas à Lagoa da Mangueira, no município de Santa Vitória do Palmar. Amostras dos animais encontrados mortos foram encaminhadas para o LFDA-SP (Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas), unidade referência da OMSA (Organização Mundial da Saúde Animal), que confirmaram a doença.

Esse é o primeiro registro no Estado desde a detecção do vírus H5N1 na América Latina e no Brasil. Ao todo, já foram identificados 13 focos da gripe aviária, como é mais popularmente conhecida, no país. A maior parte, 8 casos, foi registrada no Espírito Santo. Outros 4 casos foram registrados no Rio de Janeiro.

A Seapi intensificou as ações de vigilância ativa e passiva visando a detecção precoce de uma potencial introdução de influenza aviária de alta patogenicidade no Estado. De janeiro a maio deste ano, foram realizadas 2.295 ações de vigilância ativa no Rio Grande do Sul, com observação de 1,82 milhões de aves. No mesmo período, a Secretaria contabiliza 1.680 ações de educação sanitária sobre a enfermidade, atingindo um público estimado de 949 mil pessoas.

“A vigilância sanitária animal está estruturada e conta com servidores capacitados e comprometidos, realizando suas ações conforme os protocolos sanitários vigentes. Isso compreende uma averiguação em toda a área de vigilância onde os focos foram localizados, para monitorar e encontrar novas aves que possam estar contaminadas, bem como vigilância e atendimento a notificações de suspeitas nas demais regiões do Estado. Também reforçamos o alerta ao setor produtivo avícola do Estado para que sejam reforçadas todas as medidas de biosseguridade das granjas”, afirma a diretora do DDA, Rosane Collares.

O que é a gripe aviária

A influenza aviária, também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa que afeta, principalmente, aves silvestres e domésticas. O contato com o vírus da Influenza Aviária pode levar a transmissão a aves domésticas e outros mamíferos, incluindo os humanos.

A transmissão ocorre por meio de contato com aves doentes ou mortas, segundo os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. A doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves e nem de ovos.

Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou através do Whatsapp (51) 98445-2033.

Ações preventivas

Conforme a SEAPI, medidas foram tomadas para identificação de possíveis novos casos, incluindo o estabelecimento das zonas de proteção e vigilância. Cinco equipes de vigilância da Secretaria atuam na região. Essas ações visam limitar a ocorrência e evitar a disseminação da doença para outras áreas.

Até o momento foram visitadas 74 propriedades rurais, localizadas no raio de 10 km do local, para investigação clínica e epidemiológica, além de orientações à população da área e sensibilização para a notificação de suspeitas em aves domésticas. Nenhum caso suspeito em aves domésticas foi detectado.