PERDEU FÔLEGO

PIB cresce 2,9% em 2022 mas tem desaceleração no 4º trimestre, aponta IBGE

O resultado positivo foi puxado pelo setor de serviços, que teve alta de 4,2%

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 2,9% em 2022 na comparação com o ano imediatamente anterior. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ao todo, o PIB somou R$ 9,9 trilhões em 2022. O PIB per capita foi de R$ 46.154,6 em 2022, o que representa um avanço real de 2,2% ante o ano anterior.

O resultado positivo foi puxado pelo setor de serviços, que teve alta de 4,2%. Este setor foi impactado tanto pelos estímulos fiscais concedidos pelo governo Bolsonaro em meio à disputa eleitoral, quanto pela natural reabertura da economia brasileira no pós-pandemia.

Conforme o IBGE, no entanto, este avanço do PIB “perdeu fôlego” no último trimestre do ano, quando o indicador apresentou uma desaceleração de -0,2% frente ao terceiro trimestre, considerando a série com ajuste sazonal. Entre os grupos pesquisados para compreender este decréscimo no período, destaca-se a indústria, que retraiu 0,3%

Agropecuária em baixa

O setor agropecuário foi um dos responsáveis pela desaceleração do PIB brasileiro, com uma retração de -1,7%. Entre os fatores que contribuíram foram as reduções na produção de soja(-11,4%), arroz (-8,3%), fumo (-7,1).

Segundo o IBGE, este resultado decorreu do “decréscimo de produção e perda de produtividade da atividade Agricultura, que suplantou as contribuições positivas das atividades de Pecuária e Pesca”, explica. Importante lembrar também que o Rio Grande do Sul, por exemplo, uma das principais regiões produtivas do País, vem sofrendo com uma forte seca.

No 4º trimestre de 2022, ainda, a Agropecuária recuou 2,9% ante igual período de 2021, com destaque para produtos como mandioca (-1,6%), fumo (-7,1%) e batata inglesa (-2,4%), cujas safras são significativas no 4° trimestre e que apresentaram queda na estimativa de produção anual e perda de produtividade. Por outro lado, as culturas de cana de açúcar, laranja e trigo apresentaram crescimento na produção anual, estimadas em 2,7%, 4,4% e 28,5%, respectivamente.