Economia

Banco Central mantém, pela 5ª vez, Selic em 13,75%

O anúncio foi feito no fim da tarde desta quarta-feira (22) após votação unânime dos membros do Copom.

A taxa básica de juros segue no patamar de 13,75% após decisão do Banco Central do Brasil. O anúncio foi feito no fim da tarde desta quarta-feira (22) após votação unânime dos membros do Copom (Conselho de Política Monetária). É a maior taxa de juros desde janeiro de 2017, quando ela estava no mesmo número ao ano.

Segundo o Copom, a medida se deve aos riscos externos e internos. O comitê justifica a decisão, em parte, por causa da volatilidade dos mercados externos. Dois bancos americanos sofreram uma intervenção para não quebrarem e o gigante Credit Suisse foi incorporado pelo UBS para não entrar em insolvência na Europa.

Esses episódios “elevaram a incerteza e a volatilidade dos mercados e requerem monitoramento. Em paralelo, dados recentes de atividade e inflação globais se mantêm resilientes e a política monetária nas economias centrais segue avançando em trajetória contracionista”, diz o Copom.

“Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econômica segue corroborando o cenário de desaceleração esperado pelo Copom. A inflação ao consumidor, assim como suas diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus se elevaram desde a reunião anterior do Copom e encontram-se em torno de 6,0% e 4,1%, respectivamente”, diz a nota do Banco Central.

Selic e inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em fevereiro, o indicador fechou em 5,6% no acumulado de 12 meses . Desde o fim do ano passado, a inflação vem subindo por causa dos alimentos, da reversão parcial das desonerações sobre os combustíveis e de aumentos típicos de início de ano, como gastos com educação e saúde.

O índice fechou o ano passado acima do teto da meta de inflação. Para 2023, o CMN (Conselho Monetário Nacional) fixou meta de inflação de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 4,75% nem ficar abaixo de 1,75% neste ano.

No Relatório de Inflação divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o IPCA fecharia 2023 em 5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova versão do relatório, que será divulgada no fim de março.

As previsões do mercado estão menos otimistas. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras e divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 5,75%. Há um mês, as estimativas do mercado estavam em 5,89%.