MORADIA

Mais de 8 mil famílias estão ameaçadas de despejo no RS

De acordo com o levantamento, o estado com maior número de famílias nessa situação é São Paulo.

Mais de 8 mil famílias estão ameaçadas de despejo no Rio Grande do Sul, de acordo com levantamento.

De acordo com registros do Mapeamento Nacional dos Conflitos pela Terra e Moradia, da Campanha Despejo Zero, são 8.844 famílias do Estado estão sob risco de despejo.

Dessas, 3.089 estão localizadas em São Leopoldo, 2.759 em Porto Alegre e o restante divididos em outros nove municípios gaúchos. O Rio Grande do Sul contabiliza ao todo 44 conflitos mapeados, sendo a Ocupação Justo, localizada em São Leopoldo, o maior deles, com 2.500 famílias ameaçadas de despejo.

Todos esses números, entretanto, podem estar subnotificados, os dados mencionados são referentes ao dia 16 de fevereiro.

No Brasil, esse cenário não é diferente. Ao todo, são 987.692 pessoas atingidas. Dessas, 651.877 (66%) são negras e 592.615 são mulheres (60%), além de 168.895 crianças e 165.932 pessoas idosas. (dados de 14 de fevereiro).

“O despejo é devastador para as famílias, especialmente para mulheres, crianças e pessoas idosas. Desde o momento da ameaça, quando acontece o medo de ser despejado, além do trauma de um despejo violento, até às violações de direito enfrentadas por não ter onde morar”, disse Raquel Ludermir, coordenadora de Incidência Política da Habitat para a Humanidade Brasil.

“A moradia é porta de entrada para uma série de direitos básicos. Sem teto e sem comprovante de residência, as crianças não conseguem ter acesso à escola e aos serviços de saúde e lazer, enquanto as pessoas idosas sofrem por questões identitárias e pelos laços afetivos criados com o território”, completou.

De acordo com o levantamento, o estado com maior número de famílias nessa situação é São Paulo (63.781), seguido por Amazonas (29.672) e Pernambuco (21.661).