Falta chuva

Estiagem no RS: 62 municípios já decretaram emergência

O quadro de estiagem no Rio Grande do Sul está condicionado ao fenômeno La Niña. Situação deve se manter nos próximos meses.

A estiagem do fim de 2022 e do início de 2023 segue causando perdas para dezenas de municípios gaúchos. Até as 10h30 da manhã desta quinta-feira (12), 62 municípios decretaram emergência por causa da falta de chuva.

Conforme os dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, outros 13 municípios estão com declaração de emergência e ainda esperam para serem reconhecidos pelo Governo do Estado. Do contingente de 75 municípios que reportam perdas por causa da estiagem, 16 tiveram o reconhecimento no âmbito estadual. Desse número, apenas 4 tiveram a situação reconhecida pela União.

Ainda considerando os números, 35 tiveram a análise do processo encerrada pela Defesa Civil, 28 estão em processo de avaliação. Outros cinco estão em análise e seis tiveram pedido para complementar informações.

A falta de chuva foi muito perceptível em dezembro de 2022. A maior parte do RS teve volumes pouco expressivos na maioria das áreas. As chuvas ocorreram de forma localizada e mal distribuídas. O boletim da Sala de Situação aponta que, na primeira e na segunda semana do mês, foram registrados os acumulados mais expressivos.

As precipitações mais expressivas ficaram concentradas no extremo Nordeste gaúcho e entre a Serra e região dos Vales (100 mm ou mais). Já em algumas áreas da Campanha, Centro-Oeste e região Sul, os volumes de chuva foram extremamente baixos, variando entre 0 e 40 mm.

Foto mostra sol coberto parcialmente entre nuvens. O céu está num tom laranja escuro.
Crédito: Fernando Dias/Seapdr

Quadro de estiagem deve se manter

O quadro de estiagem no Rio Grande do Sul está condicionado ao fenômeno La Niña, que causa a redução da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico equatorial. De acordo com a última atualização do IRI (International Research Institute for Climate and Society), a La Niña ainda continuará ativa no início deste ano. Os dados foram divulgados pela Sala de Situação da SEMA (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), no Boletim Hidrometeorológico Mensal.

Na prática, as chuvas tendem a seguir ocorrendo de forma irregular sobre o Rio Grande do Sul no mês de janeiro e, mesmo que ocorram acumulados significativos em parte do estado, ainda não será o suficiente para amenizar a condição de estiagem.

Em fevereiro, a previsão é de que as chuvas comecem a retornar para o estado, no entanto sua distribuição ainda deve ser irregular, ou seja, com volumes concentrados em áreas específicas. Neste mês, os volumes mais significativos devem ser registrados em parte da Campanha e, também, no Norte e no Leste gaúcho, onde os acumulados ficam acima da média. Nas demais áreas os volumes ainda ficarão abaixo do esperado, principalmente no extremo Sul.

Já em março, com a La Niña consideravelmente enfraquecida, as chuvas tendem a ser mais regulares e com volumes mais expressivos em comparação ao mês anterior. Desta forma, a previsão é de chuvas acima da média em boa parte do estado, em uma área que se estende pela faixa central, de Oeste a Leste. Apenas no extremo Norte e áreas da fronteira com o Uruguai os acumulados ainda ficam abaixo da média