PALAVRA DE ESPECIALISTA

7 sinais de alerta causados pelo transtorno por uso de substâncias

O aumento exagerado no consumo destas substâncias tem chamado a atenção dos especialistas.

Foto: Freepik

O uso de drogas pelo mundo se intensificou muito principalmente durante a pandemia.

Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas 2022 realizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, cerca de 284 milhões de pessoas, na faixa etária entre 15 e 64 anos, usaram drogas em 2020, 26% a mais do que dez anos antes.

Além disso, estima-se que 11,2 milhões de pessoas no mundo estavam injetando drogas em 2020. Os jovens são o principal público que utilizam algumas drogas, incluindo maconha, crack, álcool ou injetável (como heroína).

O aumento exagerado no consumo destas substâncias tem chamado a atenção dos especialistas. O médico psiquiatra Daniel Pereira de Mesquita afirma que são diversos fatores emocionais que podem levar aos transtornos.

“A dependência química não afeta somente o próprio doente, mas também aqueles de sua convivência. Portanto, problemas financeiros são comuns, degradação física (perda de peso, problemas dentários), rompimento de relacionamentos de todo o tipo, desemprego, abandono acadêmico e, até mesmo, problemas com a justiça”, ressaltou.

Internação

Segundo o consultor em dependência química Paulo Henrique Pereira Pacheco, a família tem a falsa ideia de que, com a internação, o problema está resolvido.

“Porém, eles têm um papel primordial em todo o processo de recuperação. Dependentes químicos precisam ser protegidos e influenciados positivamente por grupos sociais saudáveis. Normalmente, o afastamento é a primeira consequência. No entanto, as famílias precisam se preparar para abordar o dependente químico com maior eficácia”, disse.

“Muitas vezes, algumas ações facilitam a continuidade do comportamento adictivo do dependente. Portanto, sugere-se que busquem ajuda em terapias e grupos de autoajuda”, completou.

A dependência química causa problemas em várias áreas da vida do indivíduo, produzindo todo o tipo de prejuízos, principalmente na saúde mental. Sendo assim, é recorrente um quadro depressivo, anedonia, irritabilidade e revolta com a situação e, além disso, o mecanismo de negação que se manifesta pela não aceitação do problema é muito acentuado.

Caso a família ou os amigos observem alguns destes sinais, Pacheco dá dicas importantes para que o tratamento seja feito da maneira correta e até o fim.

“Ter em mente que a dependência química é uma doença e que o adicto não tem controle sobre o consumo dessas substâncias e que muitas vezes já perdeu o controle sobre a própria vida. É importante estar sempre próximo para perceber as mudanças de hábitos; ser compreensivo e paciente, levando em consideração a doença, para que o adicto não fique revoltado, pois sabemos que dependendo do caso pode colocar em risco a si próprio e a terceiros”, ressaltou.

“É interessante tentar fazer a pessoa se divertir com coisas simples, para que ele se dê conta que há outras maneiras de viver e de ser feliz; usar palavras positivas, para incentivar a retomada da vida. A mentira e a manipulação fazem parte da doença, estar atento é importante, pois limite, disciplina e transparência são fatores fundamentais para recomeçar” finalizou.

Os 7 principais sinais de alguém esteja com dependência química, segundo o psiquiatra são:

  • Descontrole na vontade de usar a substância.
  • Aumento na intolerância, crises de abstinência.
  • Alterações comportamentais.
  • Isolamento social.
  • Abandono de atividades cotidianas.
  • Descontrole financeiro.
  • Negligência consigo mesmo.