Acusado de participar da morte de ex-secretário da Saúde de Porto Alegre em 2010 é condenado

Réu negou participação no crime e disse estar no Litoral quando Eliseu Santos foi morto.
Crédito: Márcio Daudt – DICOM/TJRS

Um dos acusados pelo assassinato do ex-secretário da Saúde de Porto Alegre, o médico Eliseu Santos, no longínquo ano de 2010, foi condenado. O julgamento terminou por volta das 0h45min desta sexta-feira após mais de 12h de trabalhos. Outros seis réus devem ser julgados nos próximos meses. Dois já haviam sido julgados.

Robinson Teixeira dos Santos era acusado pela promotoria de ser o motorista do carro que levou os atiradores até a vítima. Ele foi condenado a 32 anos, 1 mês e 15 dias de reclusão, pelos crimes de homicídio, receptação, adulteração de sinal identificador de veículo e associação criminosa, em regime inicial fechado; e 1 ano e 4 meses de detenção, pelo crime de fraude processual, em regime inicial semiaberto.

A sessão foi presidida pelo Juiz de Direito Thomas Vinícius Schons, do 1º Juizado da 1ª Vara do Júri da Capital, que também decretou a prisão preventiva do réu. O Conselho de Sentença foi formado por quatro mulheres e três homens.

De acordo com a denúncia, Robinson conduziu os acusados até o local do delito, garantindo também a fuga dos executores de Eliseu. O carro utilizado no dia do crime, um Chevrolet Vectra, era roubado.

O acusado tem 36 anos, está preso preventivamente por suspeita de envolvimento em outro crime, e tem condenações anteriores. Em seu interrogatório, ele só respondeu às perguntas da defesa. Robinho negou participação no crime; disse que estava em Tramandaí com a esposa – comemorando o aniversário dela – quando o secretário foi executado.

O caso Eliseu Santos

Eliseu Santos era médico e político. Foi vereador, deputado Estadual, vice-prefeito da Capital e ocupava na ocasião o cargo de secretário municipal da Saúde. Na noite do crime, 26.fev.2010, ele estava com a esposa e a filha, na época com 7 anos de idade, em um culto religioso, no bairro Floresta, em Porto Alegre. Na saída, enquanto ia em direção ao seu veículo, foi atingido por dois tiros.

O crime teria sido motivado por vingança, em razão da denúncia de um suposto esquema de corrupção envolvendo a empresa “Reação”, responsável pela vigilância dos postos de saúde da Capital, de propriedade do empresário e ex-policial militar Jorge Renato Mello, e pelo encerramento do contrato da terceirizada.