MPRS oferece denúncia contra Jairo Jorge e mais 16 pessoas investigadas por contratação de terceirizados

Todos são investigados na operação "Copa Livre", que investiga supostos crimes relacionados a dispensa de licitação e contratos para prestação de serviços terceirizados.

Foto: Escritório de Comunicação / Prefeitura de Canoas (arquivo)

O MPRS (Ministério Público do Rio Grande do Sul) ofereceu denúncia contra o prefeito afastado de Canoas, Jairo Jorge (PSD), e mais 16 pessoas. Todos são investigados na operação “Copa Livre”, que investiga supostos crimes relacionados a dispensa de licitação e contratos para prestação de serviços terceirizados de limpeza e copeiragem.

Além de agentes públicos, são investigados empresários. Os crimes apurados são de corrupção ativa e corrupção passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e peculato. Os crimes teriam sido cometidos entre 2020, quando Jairo Jorge não era prefeito de Canoas, e 2021, quando ele já havia assumido o seu terceiro mandato à frente da Prefeitura do município da região metropolitana.

Jairo Jorge está afastado das suas funções como administrador do município desde a deflagração da “Copa Livre”, em 31 de março deste ano. O vice-prefeito Nedy de Vargas Marques (Avante) é o prefeito em exercício desde então.

A reportagem não obteve contato com o advogado de Jairo Jorge. Ao G1 RS e à RBS TV, o advogado Jader Marques disse que a denúncia permitirá “a apresentação de defesa, esclarecendo todos os fatos com a mais absoluta serenidade. Sempre houve firme crença na Justiça e nas instituições e, com certeza, os fatos serão todos esclarecidos no momento próprio e na forma legal”.

A denúncia é assinada pelo coordenador da Procuradoria da Função Penal Originária, Ricardo Felix Herbstrith, e pelo promotor de Justiça Marcelo Dossena Lopes dos Santos. Eles afirmam que o prefeito afastado de Canoas, “violou os princípios que regem a Administração Pública, notadamente da moralidade, legalidade, impessoalidade, probidade e isonomia”.

Na visão dos procuradores, o prefeito afastado cometeu crime em razão da promessa e do recebimento das vantagens indevidas. Caberá à Justiça julgar as provas colhidas no processo.

Segundo o MP, os contratos investigados somam R$ 66,7 milhões. Entre eles, está um que trata da gestão do Hospital de Pronto Socorro de Canoas, outro sobre a prestação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a contratação de serviços de limpeza e copeiragem. O Ministério Público diz que esses contratos eram “claramente direcionados” a empresas e entidades “previamente definidas pelo grupo criminoso investigado, visando o enriquecimento ilícito dos integrantes”.