Inflação acelera para 0,67% em junho e chega a 11,89% no acumulado de 12 meses

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram variação positiva em junho. O maior impacto foi do segmento Alimentação e bebidas.

A taxa oficial de inflação no Brasil voltou a subir em junho, conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em Porto Alegre, o índice de inflação foi de 0,70% em junho e acumula 3,85% desde janeiro. Em 12 meses, o aumento médio dos preços é de 10,68%.

No nível nacional o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumula alta de 5,49% em 2022. Nos últimos 12 meses, a alta dos preços foi, em média, de 11,89%. O percentual é acima dos 11,73% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2021, a variação havia sido de 0,53%.

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram variação positiva em junho. A maior variação foi do grupo Vestuário, com alta de 1,67%. Já o maior impacto (0,17 p.p.) veio de Alimentação e bebidas (0,80%).

Além dos segmentos de alimentação e vestuário, Saúde e cuidados pessoais (1,24%) e Transportes (0,57%), também tiveram forte impacto no indicador de inflação. O grupo Habitação, que havia registrado queda de 1,70% em maio, passou para alta de 0,41% em junho. Os demais grupos ficaram entre o 0,09% de Educação e o 0,55% de Artigos de residência.

O Banco Central já admitiu oficialmente que,  pelo segundo ano seguido, a meta de inflação será descumprida em 2022. A meta de inflação é definida pelo Conselho Monetário Nacional. Para este ano, ela foi estipulada em 3,5% e para ser cumprida só pode oscilar entre 2% e 5%.

Inflação por segmentos

O resultado do grupo Alimentação e bebidas foi influenciado pela alta dos alimentos para consumo fora do domicílio, conforme o IBGE. A refeição passou de 0,41% no mês anterior para 0,95% em junho, enquanto o lanche foi de 1,08% para 2,21%.

Também houve alta em alguns alimentos para consumo no domicílio (0,63%), como o leite longa vida (10,72%) e o feijão-carioca (9,74%), por exemplo. No lado das quedas, houve recuo expressivo nos preços da cenoura (-23,36%), que já haviam caído em maio (-24,07%). Outros alimentos importantes na cesta de consumo dos brasileiros tiveram redução de preços, a exemplo da cebola (-7,06%), da batata-inglesa (-3,47%) e do tomate (-2,70%).

Em Saúde e cuidados pessoais, o destaque foi o plano de saúde, que teve impacto médio de 2,99%, item com o maior impacto individual no índice do mês. O resultado é consequência do reajuste de até 15,50% para os planos individuais autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em 26 de maio, com vigência a partir de maio de 2022 e cujo ciclo se encerra em abril de 2023. Nesse sentido, foram apropriadas no IPCA de junho as frações mensais referentes aos meses de maio e junho. Além disso, houve aumentos nos preços dos produtos farmacêuticos (0,61%) e dos itens de higiene pessoal (0,55%).

O grupo Transportes subiu 0,57%, mas desacelerou em relação a maio, quando o aumento foi de 1,34%. O resultado é diretamente influenciado pelo resultado dos combustíveis (-1,20%). Enquanto os preços da gasolina caíram 0,72%, o recuo nos preços do etanol foi mais intenso: -6,41%. Por outro lado, houve aumento do óleo diesel (3,82%) e do gás veicular (0,30%).

A maior variação (11,32%) e o maior impacto positivo (0,06 p.p.) dentro do grupo vieram das passagens aéreas, cujos preços já haviam subido em maio (18,33%). Em 12 meses, as passagens aéreas acumulam alta de 122,40%.

No grupo Vestuário (1,67%), os destaques foram as roupas masculinas (2,19%) e femininas (2,00%). Na sequência, vieram as roupas infantis (1,49%) e os calçados e acessórios (1,21%). Todos os itens do grupo tiveram variação positiva no mês.