Em função da estiagem, boletim prevê resultados negativos para a economia gaúcha no segundo trimestre

O estudo confirmou as previsões divulgadas em abril, que apontavam para um potencial efeito negativo nas atividades ligadas ao campo e também em segmentos da indústria e dos serviços

O DEE/SPGG (Departamento de Economia e Estatística vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do Estado) publicou, nesta sexta-feira (1º), um Boletim de Conjuntura onde aponta perspectivas da economia gaúcha para o futuro próximo. O estudo confirmou as previsões divulgadas em abril, que apontavam para um potencial efeito negativo nas atividades ligadas ao campo e também em segmentos da indústria e dos serviços.

Após o anúncio de queda no PIB (Produto Interno Bruto) do Rio Grande do Sul no primeiro trimestre, está em destaque no boletim a previsão de uma redução ainda mais severa no segundo trimestre. Isso porque, neste período, é contabilizada a maior parcela da produção de soja no cálculo, cultura que sofreu queda de 53,5% na produção em 2022.

Na indústria de transformação, a mais significativa da economia do Estado, a tendência é para a continuidade do ritmo lento de crescimento nos próximos meses. O Comércio, principal segmento do setor de Serviços, também deve ser afetado pelas mesmas questões apontadas para a indústria de transformação.

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Para os pesquisadores, em ambos os setores, trata-se de um reflexo das perdas na agropecuária e do baixo dinamismo da economia nacional e internacional. Questões como os efeitos da guerra na Ucrânia e da pandemia de covid-19, além da alta na inflação e a perspectiva de baixo crescimento no país, são fatores que colaboram para a manutenção do cenário desafiador para a economia do Rio Grande do Sul nos próximos meses.

Além disso, segundo a pesquisadora Vanessa Sulzbach, as atividades estão correlacionadas. Para ela, principalmente no interior do Estado, o desempenho das vendas do comércio está relacionado com o comportamento do setor primário. “Com a estiagem, o impacto no comércio será negativo e as questões macroeconômicas também terão efeito negativo, principalmente as ligadas ao aumento de preços e ao encarecimento do crédito via elevação dos juros”, afirma.