Homicídios têm queda de 5,3% em maio no Rio Grande do Sul, mas feminicídios seguem tendência de alta

O número de mulheres assassinadas em razão do gênero no Rio Grande do Sul, que havia apresentado queda em abril, subiu de sete, no quinto mês do ano passado, para 10 neste ano, o que representa alta de 42,9%

O Rio Grande do Sul teve queda de 5,3% de homicídios em maio. A comparação é feita com o mesmo mês no ano passado. Nos últimos três anos, o indicador caiu de 132 para 125 assassinatos no período, o menor total desde 2007. Os dados integram a divulgação mensal de indicadores de criminalidade no Estado, realizada nesta quinta-feira (9) pela SSP (Secretaria da Segurança Pública).

Segundo o governo do Estado, os números destacam ainda o impacto do foco territorial no combate ao crime, a partir do acompanhamento intensivo de indicadores pela GESeg (Gestão de Estatística em Segurança) do RS Seguro. Em maio, oito dos 23 municípios priorizados pelo programa para esse fim encerraram o mês sem homicídios: Cachoeirinha, Capão da Canoa, Esteio, Guaíba, Ijuí, Lajeado, Sapucaia do Sul e Tramandaí.

Em Cachoeirinha, este é o quarto mês consecutivo em que o indicador fica zerado. O mesmo ocorre em Guaíba desde março, e nos últimos dois meses em Esteio, Ijuí e Lajeado. Do conjunto de 23 cidades, 16 terminaram maio com queda ou estabilidade no número de vítimas de assassinatos.

Em Porto Alegre, na soma dos cinco meses, a Capital contabiliza 115 vítimas de homicídios, quatro a menos que no mesmo período de 2021. Uma queda de 3,4% que significa o menor total da década. Na comparação com os 278 assassinatos cometidos em 2018, antes da implantação do RS Seguro, no qual Porto Alegre faz parte do grupo priorizado, o número atual representa redução de 58,6%.

Ainda em Porto Alegre, os homicídios em maio caíram pela metade na comparação com o mesmo mês no ano passado. O número de vítimas baixou 51,9%, de 27 para 13, o menor total para o período desde 2010. Com o resultado, o cenário no acumulado desde janeiro também retomou a curva descendente observada nos últimos três anos, após a alta pontual em março em razão de conflitos entre organizações criminosas na zona sul da cidade, que segundo o governo foram reprimidos pelas forças de segurança.

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Feminicídios em alta

Entre os crimes contra a vida, porém, maio voltou a evidenciar a dificuldade no combate aos feminicídios. O número de mulheres assassinadas em razão do gênero no Rio Grande do Sul, que havia apresentado queda em abril, subiu de sete, no quinto mês do ano passado, para 10 neste ano, o que representa alta de 42,9%. Com a nova alta, a soma de 45 vítimas no acumulado desde o início de 2022 segue acima do registrado no mesmo período do ano passado, com 41 feminicídios, ou seja, uma alta de 5,9%.