Canela: secretário do Meio Ambiente é preso em operação contra irregularidades em contratos

Foram cumpridas 180 medidas judiciais em 15 cidades gaúchas.

Foto: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (19), a 8ª fase da “Operação Caritas”. O objetivo é investigar irregularidades na emissão de licenças ambientais pela Secretaria de Meio Ambiente de Canela, na Serra Gaúcha.

Foram cumpridas simultaneamente 180 medidas judiciais. São uma prisão preventiva, dois afastamentos cautelares de servidores públicos pelo prazo de 120 dias e sem remuneração; outros quatro afastamentos cautelares de servidores públicos por 60 dias sem remuneração, além de 40 mandados de busca e apreensão, 111 quebras de sigilo, sete apreensão de veículos e uma restrição de venda a imóvel.

Nesta fase da operação são alvo das medidas cumpridas no dia de hoje 27 pessoas: 18 pessoas físicas e 9 pessoas jurídicas. No entanto, conforme a polícia, são mais de 30 os investigados somente neste inquérito policial. As investigações ocorrem há seis meses.

O secretário de Meio Ambiente, Jackson Müller, foi preso preventivamente durante cumprimento de mandado em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. A Polícia Civil não divulgou nomes dos outros investigados.

As denúncias apuradas pela Polícia Civil dão conta de que empresas pertencentes ou ligadas a servidores do alto escalão da Secretaria e seus sócios eram indicadas a pessoas que buscavam licenciar grandes empreendimentos na cidade. Caso o morador ou empresário não contratasse esta empresa, tinha a obra inviabilizada ou atrasada. Também existem suspeitas quanto a contratos firmados pela prefeitura de Canela com empresas ligadas aos servidores, nas quais houve dispensa de licitação.

No total, 130 policiais civis participam da operação policial, que é realizada em Canela, Gramado, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Taquara, Igrejinha, Guaíba, Santa Maria, Capela de Santana, Portão, Canoas, Estância Velha, Tupandi, Bom Princípio, Vale Real, além de Florianópolis (SC) e Goiânia (GO). Segundo a Polícia Civil, são investigados contratos que somam até R$ 8 milhões.

Foto: Polícia Civil / Divulgação