Polícia Civil investiga instituto por suposto desvio de recursos em contratos da FASE

O prejuízo aos cofres do Estado foi de R$ 368 mil, entre 2018 e 2020. Contratos foram cancelados pela atual gestão da FASE.

Operação investiga desvios na Fase. Foto: Polícia Civil / Divulgação

A Polícia Civil realizou, nesta terça-feira (12), a Operação Firenze operação que apura supostos desvios de valores por parte de um instituto. A organização social era contratada para abrigar adolescentes infratores em situação de semiliberdade da FASE (Fundação de Atendimento Socioeducativo). Os desvios teriam ocorrido durante cerca de dois anos.

Segundo a investigação, o instituto terceirizava a prestação do serviço para empresas ligadas a pessoas vinculadas a ele. O prejuízo aos cofres do Estado foi de R$ 368 mil, entre 2018 e 2020. Depois, os contratos foram cancelados pela atual gestão. O nome da organização social investigada não foi divulgado pela polícia.

“Funcionários dessa entidade se utilizavam de termos de parcerias firmados com o poder público para o desvio de parte dos valores recebidos e que deveriam ser destinados a fins sociais, vinculados à FASE, utilizando-os em proveito próprio e alheio”, afirma o delegado Max Ritter, titular da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais).

Informações da CAGE-RS (Controladoria e Auditoria-Geral do Estado do RS) e do TCE-RS (Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul) apontaram irregularidades. Uma investigação mais aprofundada teve início e se descobriu o prejuízo apontado pela Polícia Civil.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Porto Alegre e Novo Hamburgo. Um deles foi cumprido na Assembleia Legislativa, local de trabalho de um dos suspeitos. Não se sabe se o investigado possui cargo em comissão ou é funcionário de carreira. Porém, a polícia diz que não há envolvimento de parlamentares.

Conforme o delegado Marcus Viafore, as buscas tiveram por objetivo a apreensão de documentos e demais objetos de interesse às investigações, a fim de identificar a responsabilidade de todos os envolvidos. Computadores, mídias e comprovantes de depósito também foram apreendidos durante a ação.

No final do ano passado, esta entidade já havia sido alvo da Polícia Federal devido a irregularidades relacionadas a verbas federais na prestação de serviço para acolhimento de moradores de rua pela prefeitura de Porto Alegre.