ONU suspende Rússia de Conselho de Direitos Humanos

O Brasil é um dos 58 países que se abstiveram de votar contra a Rússia, assim como boa parte das nações africanas.

A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou nesta quinta-feira (7) a suspensão da Rússia de seu Conselho de Direitos Humanos, que tem sede em Genebra, na Suíça. A resolução apresentada pelos Estados Unidos recebeu 93 votos a favor e 24 contra, além de 58 abstenções, e cita as “graves preocupações pela crise humanitária na Ucrânia, em particular pelas notícias de violações e abusos do direito internacional por parte de Moscou”.

O resultado representa mais uma derrota diplomática da Rússia na ONU, que já aprovou duas resoluções contrárias ao regime de Vladimir Putin: uma condenando explicitamente a invasão à Ucrânia, em 2 de março, e outra exigindo o fim das hostilidades por parte de Moscou, em 24 de março.

“Criminosos de guerra não têm lugar em órgãos da ONU voltados à proteção dos direitos humanos. Obrigado a todos os Estados-membros que apoiaram essa relevante resolução da Assembleia-Geral da ONU e escolheram o lado certo da história”, afirmou no Twitter o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba.

Entre os países que votaram contra a suspensão da Rússia estão Belarus, Bolívia, China, Cuba, Coreia do Norte, Irã, Nicarágua e Síria, enquanto o Brasil é um dos 58 que se abstiveram, assim como boa parte das nações africanas.

O representante brasileiro, embaixador Ronaldo Costa Filho, justificou a posição do país com o argumento de que o Conselho de Direitos Humanos precisa concluir o inquérito aberto para apurar os crimes cometidos na Ucrânia, processo que pode levar meses.

Já o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, afirmou que os direitos humanos não podem ser “politizados”. “Essa resolução não foi redigida de modo aberto e transparente e agrava as divisões entre os Estados-membros, jogando gasolina no fogo”, acrescentou.

O Conselho de Direitos Humanos é formado por 47 membros não-permanentes, e o mandato da Rússia no órgão terminaria em 2023, junto com o da Ucrânia.