Canoas e Gravataí estão na lista das 20 cidades com pior indicador de saneamento básico do país

O estudo também constatou que mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada

Valão com esgoto em Canoas, na região metropolitana. Derli Colomo Junior / Prefeitura de Canoas

Duas cidades gaúchas aparecem entre as 20 piores do Brasil em termos da prestação do serviço de saneamento básico: Canoas e Gravataí. É o que aponta um estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado nesta terça-feira, em referência ao Dia Mundial da Água.

Conforme os dados, Canoas, na região metropolitana, aparece como a 81ª cidade com melhor saneamento básico entre as 100 maiores cidades do Brasil. A posição ruim do terceiro maior munícpio do Rio Grande do Sul em número de habitantes – cerca de 348 mil moradores – se deve pelo indicador de atendimento de esgoto. Enquanto 100% da população tem acesso a água tratada, apenas 46% das residências da cidade têm coleta de esgoto. Do total de efluentes, apenas 44% é tratado.

No ranking, Gravataí figura entre as dez piores, na posição de número 92. A cidade tem 283 mil habitantes, mas apenas 95% das residências recebem água tratada, conforme o levantamento Instituto Trata Brasil. Já o índice de coleta de esgoto é de meros 38% e apenas 15% é tratado. A cidade da região metropolitana está, desde 2013, entre as dez piores no tratamento de efluentes.

Nas primeiras posições, estão cidades dos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Nas últimas colocações, concentram-se mais as cidades das regiões Norte e Nordeste, além do estado do Rio de Janeiro.

O estudo também constatou que mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada. E mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto, refletindo em centenas de pessoas hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica.

Dados de Porto Alegre

A Capital gaúcha apresenta números razoáveis dentro do levantamento do Instituto Trata Brasil e caiu uma posição entre o levantamento de 2021 e o de 2022, ficando em 43º lugar. A cidade, que está prestes a completar 250 anos, figura entre uma das cinco capitais que garante que todos os moradores tenham acesso à água tratada (exceto quando ela falta).

O indicador de atendimento total (coleta de esgoto) atinge 91,48% da população. Mas Porto Alegre ainda peca no percentual de tratamento de esgoto: 52,42%.