Operação contra investigados por apologia ao nazismo cumpre mandados no Rio Grande do Sul

Chamada de Bergon, a operação visa desarticular grupos extremistas que fazem apologia ao nazismo e que praticam discriminação, racismo e discurso de ódio.

Uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro cumpre 4 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão em sete estados brasileiros, entre eles o Rio Grande do Sul. Chamada de Bergon, a operação visa desarticular grupos extremistas que fazem apologia ao nazismo e que praticam discriminação, racismo e discurso de ódio.

Até as 10h da manhã, três pessoas haviam sido presas. O nome da operação faz alusão à freira francesa Denise Bergon, que usou seu convento para abrigar crianças judias entre alunos católicos durante a Segunda Guerra Mundial, evitando que fossem capturadas pelos nazistas.

As investigações duraram sete meses e iniciaram após um alerta do Cyber Lab e da HSI (Homeland Security Investigations), órgãos do governo dos Estados Unidos. Em maio deste ano, um dos alvos foi identificado por utilizar um aplicativo para espalhar o ódio e atrair simpatizantes, principalmente com ameaças contra negros e judeus.

Na ocasião, a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima do Rio de Janeiro representou pela decretação da prisão cautelar temporária de 30 dias e pela expedição do mandado de busca e apreensão e quebra do sigilo de dados.

A partir de então, a investigação se aprofundou e foi constatada a existência de grupos autodeclarados nazistas e ultranacionalistas, que se associavam para praticar e incitar atos criminosos. Alguns dos investigados são adolescentes.

Eles publicavcam em redes sociais e em aplicativos de mensagens diversas fotografias, imagens e textos de cunho racista, homofóbico, antissemita ou nazista. Os investigados falam abertamente sobre a prática de violência contra essas populações, inclusive com treinamento para a realização de atos criminosos e de cooptação de novos simpatizantes.

No Rio Grande do Sul, são dois os alvos. Porém, ainda não há informações sobre os locais onde as ordens judiciais são cumpridas. Os outros Estados onde ocorrem as ações são Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, e Rio Grande do Norte.