Caso Kiss: depoimento de ex-barman encerra o terceiro dia de depoimentos

Inquirição de testemunhas vai prosseguir durante o fim de semana.

O terceiro dia de oitivas no júri do caso Kiss terminou com a oitiva de Erico Paulus Garcia, que foi barman da boate por 3 anos e ajudou a colocar a espuma que revestia o palco do local. Ele foi arrolado como depoente na lista de vítimas arroladas pelo Ministério Público.

“Conseguimos entrar lá dentro, pegar as pessoas e levar até a porta para que fossem levadas ao hospital”, relembrou. Ele se emocionou ao lembrar daquela noite, pois também ajudou a levar corpos para os caminhões. Hoje, Erico é policial militar.

Na noite da tragédia, Erico afirmou que estava próximo do palco, trabalhando no bar. Ele lembrou que viu o vocalista da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos. Ele segurava um artefato pirotécnico, usando uma luva, e o apontava para o alto. Segundo o policial, as chamas se espalharam rápido e, em pouco tempo, se formou uma “parede” de fumaça.

Erico conseguiu deixar rapidamente a casa noturna e encontrou, na rua, Elissandro Callegaro Spohr (o Kiko). Ele estava preocupado com a situação da esposa, que estava grávida e que ele ainda não havia encontrado. Depois, segundo o sobrevivente, não viu mais o dono da boate.

O ex-barman lembrou que entrou várias vezes na boate para retirar as vítimas e inclusive quebrou a parede da fachada para viabilizar a saída. Ele relatou que não sabe quantas pessoas retirou do local.

Outros depoimentos

Pedrinho Antônio Bortoluzzi foi testemunha abonatória de Marcelo de Jesus dos Santos ouvida na tarde desta sexta-feira (3/12). Isso significa que ele não falou sobre os fatos (incêndio na Boate Kiss e suas circunstâncias), mas apenas sobre a conduta do réu em sua vida pregressa.

Aposentado da magistratura, a testemunha também atuou na área da construção civil. Área em que Marcelo e seu pai trabalharam na colocação de pisos e azulejos e como pedreiro. A parceria durou mais de 4 anos.

No final da manhã desta sexta-feira, a defesa de Mauro Londero Hoffmann contestou a publicação em uma rede social feita pela filha de Gianderson Machado da Silva, uma das testemunhas de acusação do júri do caso Kiss, sob alegação de que os comentários já indicavam publicamente a opinião negativa dele sobre o acusado, e que isso poderia prejudicar a defesa do sócio da danceteria. O Juiz Presidente, Orlando Faccini Neto, atendeu ao pedido e alçou Gianderson à condição de informante.

Os trabalhos prosseguem amanhã, a partir das 9h. Estão previstos os depoimentos da testemunha Alexandre Marques, que foi arrolado pela defesa de Elissandro, e da vítima Maike Ariel dos Santos, indicada pelo assistente de acusação.

https://www.youtube.com/watch?v=owMs8QsCXfY