Polícia Civil e IGP realizam reconstituição do caso Miguel

A investigação busca apurar se os fatos estão de acordo com os depoimentos colhidos até o momento. A criança teria sido morta pela mãe e a companheira dela em julho deste ano. 

A Polícia Civil e o IGP (Instituto-Geral de Perícias) realizam, nesta segunda-feira (7), a reconstituição simulada do caso do menino Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos, em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. A investigação busca apurar se os fatos estão de acordo com os depoimentos colhidos até o momento. A criança teria sido morta pela mãe e a companheira dela em julho deste ano.

A mãe do menino, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, e a companheira dela, Bruna Nathiele Porto da Rosa, são acusadas de homicídio, tortura e ocultação de cadáver. O corpo teria sido jogado no rio Tramandaí, em Imbé, após ter sido transportado em uma mala. Laudo do Instituto Psiquiátrico Forense afastou a possibilidade que Bruna sofra de transtornos mentais.

Para simular a dinâmica dos fatos, peritos do IGP trouxeram um boneco com as mesmas medidas – altura e peso – de Miguel. Duas peritas devem ouvir o depoimento da madrasta Bruna Porto da Rosa. A acusada de ser coautora, os policiais e os peritos vão percorrer o trajeto entre a casa e o local onde o corpo teria sido jogado no rio. Não há previsão de quando a simulação será encerrada.

A mãe do menino, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, não irá participar da reprodução simulada dos fatos. Depois de confessar o crime na Delegacia de Polícia, ela passou a afirmar que é inocente e que não sabe o que aconteceu com o próprio filho. O advogado de defesa disse que ela só deve se pronunciar no interrogatório.

Além da reprodução simulada dos fatos, as audiências de instrução devem ocorrer em 18 e 19 de novembro, na 1ª Vara Criminal de Tramandaí, também no Litoral Norte. O interrogatório das rés deve ser no dia 19. Também serão ouvidas 23 testemunhas.

Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos, foi dado como desaparecido no dia 29 de julho. Nesta data, Corpo de Bombeiros Militar iniciou as buscas. Mas o corpo ainda não foi encontrado. A procura foi suspensa pelos bombeiros depois de 48 dias de busca. O Ministério Público afirma que o menino vivia sob agressões e violência, e que foi assassinado porque as mulheres o consideravam um “empecilho”.

Durante as investigações, a Polícia Civil obteve mandados para inspecionar os telefones das acusadas. Dois vídeos que já estão em posse da polícia mostram que o menino Miguel era torturado física e psicologicamente. “A criança passava o dia trancada em um roupeiro e era obrigada a segurar a vontade de urinar”, afirmou o delegado Antônio Carlos Ratcz, que lidera a investigação. “Quando ela fazia isso, ela era castigada, apanhava. Se ela saísse do roupeiro, ia para um poço de luz. Essa criança vivia um inferno”, constatou.

Como foi o crime, segundo a polícia

A Polícia Civil prendeu uma mulher em flagrante delito após ela confessar que dopou e jogou o corpo do próprio filho, de 7 anos, em um rio. O caso ocorreu em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, no dia 29 de julho. A criança segue desaparecida e o Corpo de Bombeiros faz buscas pelo menino.

Conforme o delegado Antônio Carlos Ratcz, que preside a investigação, a mulher buscou a Delegacia de Polícia para registrar o desaparecimento do menino. No entanto, quando foi questionada de como ele teria sumido, acabou confessando que dopou a criança com um antidepressivo e a colocou dentro de uma mala com rodinhas. Depois, saiu de casa, na área central de Imbé, e foi com a companheira até o rio Tramandaí.

A mulher afirmou que tirou o corpo do menino da mala e o jogou no rio, em uma das noites mais frias do ano de 2021 no Rio Grande do Sul. Aos policiais, ela afirmou que não sabe se o menino estaria vivo ou morto. Ao ser questionada pelos policiais por qual motivo teria dopado o filho, a mulher respondeu que ele era “teimoso” e que “se recusava a comer”. Ela confessou que já teria feito várias torturas tanto físicas quanto psicológicas contra a criança. A mulher ainda afirmou que já tinha preparado até uma peça na casa onde viviam para acorrentar o filho com cadeados.