Inflação é a maior para outubro desde 2002 e vai a 10,67% em 12 meses

Na região metropolitana de Porto Alegre, índice de inflação é ainda maior e se aproxima de 12% no acumulado dos últimos doze meses.

A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acelerou para 1,25% em outubro, o maior índice para o mês desde 2002, quando o IPCA foi de 1,31%. Em setembro deste ano, o índice ficou em 1,16%. Em outubro de 2020, a variação mensal ficou em 0,86%. Os dados foram divulgados hoje (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Nos preços medidos pelo Instituto na região metropolitana de Porto Alegre, a taxa de inflação foi de 1,14%. No acumulado do ano, a inflação é de 9,02%. No acumulado dos últimos 12 meses a inflação na RMPA é maior que a nacional: 11,92%.

Com o resultado de outubro, o indicador acumula alta de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses. Trata-se do maior acumulado desde janeiro de 2016, quando o índice chegou nos 10,71% durante a crise do segundo governo Dilma Rousseff. No período de 12 meses imediatamente anteriores, a alta havia sido de 10,25%.

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em outubro. O maior impacto e a maior variação vieram dos Transportes, que aceleraram em relação a setembro (1,82%). A segunda maior contribuição veio de Alimentação e bebidas, enquanto a segunda maior variação veio do grupo Vestuário.

Também podem ser destacados os resultados de Habitação, com alta de 1,04% e 0,17 p.p. de impacto, e Artigos de residência, que variou 1,27%, contribuindo com 0,05 p.p. no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre o 0,06% de Educação e o 0,75% de Despesas pessoais.

A alta nos Transportes (2,62%) decorre, principalmente, dos preços dos combustíveis (3,21%). A gasolina subiu 3,10% e teve o maior impacto individual sobre o índice do mês (0,19 p.p.). Foi a sexta elevação consecutiva nos preços desse combustível, que acumula altas de 38,29% no ano e de 42,72% nos últimos 12 meses. Além disso, os preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%) também subiram.

No grupo Alimentação e bebidas (1,17%), a alta de 1,32% na alimentação no domicílio deve-se, especialmente, ao tomate (26,01%) e à batata-inglesa (16,01%), que contribuíram com impactos de 0,07 p.p. e 0,03 p.p., respectivamente. Outras contribuições importantes no grupo vieram do café moído (4,57%), do frango em pedaços (4,34%), do queijo (3,06%) e do frango inteiro (2,80%).

INPC

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, teve alta de 1,16% em outubro, também o maior resultado para o mês desde 2002 (1,57%). No ano, o INPC acumula alta de 8,45% e, em 12 meses está em 11,08%. Nos 12 meses imediatamente anteriores, a alta havia sido de 10,78% e em outubro de 2020, a taxa foi de 0,89%.

Segundo o IBGE, a alta da inflação foi puxada pelo preço dos transportes (2,62%), com destaque para os combustíveis (3,21%), e pelo grupo dos alimentos e bebidas (1,17%).