Caminhoneiros: motoristas fazem mobilização sem bloqueio de estradas no Rio Grande do Sul

Caminhoneiros reivindicam a revisão da política de preços para os combustíveis, o cumprimento do piso mínimo do frete e aposentadoria especial a partir de 25 anos de contribuição, entre outras demandas.

Caminhoneiros autônomos iniciaram uma paralisação pedindo melhores condições de trabalho nesta segunda-feira (1º de novembro). Até as 11h da manhã, no entanto, não há registro de bloqueios em rodovias, sejam elas estaduais ou federais. Os motoristas reivindicam a revisão da política de preços para os combustíveis, o cumprimento do piso mínimo do frete e aposentadoria especial a partir de 25 anos de contribuição, entre outras demandas.

Conforme a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e o CRBM (Comando Rodoviário da Brigada Militar), não há interdições de rodovias no Rio Grande do Sul. A paralisação dos caminhoneiros foi anunciada no último dia 16 de outubro e ganhou apoio das centrais sindicais. Entidades do agronegócio, entretanto, não aderiram ao movimento grevista.

Uma das maiores mobilizações ocorre no município de Ijuí, na região Norte do Estado. Motoristas autônomos montaram um piquete no entroncamento da BR-285 com as ERS’s 342 e 522. Também houve a colocação de faixas com dizeres “Vai trabalhar até quebrar?”; “Sem caminhão o Brasil para. Sem ministro, não!”, em referência ao ministro da Infraestrutura e Transportes, Tarcísio de Freitas.

Manifestações pelo Brasil

A Polícia Rodoviária Federal liberou uma série de caminhoneiros que não se sentiam com segurança para deixar um posto de combustível da BR-116 na região de Pindamonhangaba (SP). Os motoristas deixaram o local por volta das 6h30, sem transtornos.

Em Santos (SP), manifestantes foram dispersados pela Polícia Militar após atos de vandalismo. Um vídeo publicado pelo Ministério da Infraestrutura mostra uma pessoa arremessando pedras contra caminhoneiros que trafegavam pela rodovia de acesso ao Porto de Santos. “Criminosos lançaram pedras em veículos que transitavam e danificaram um carro guincho da concessionária Ecovias”, diz a publicação do ministério. A Ecovias não se manifestou sobre a ocorrência.

Em outros Estados, também há mobilização de caminhoneiros, mas sem bloqueios de rodovias. Segundo o comunicado, a PRF identifica apenas três pontos de concentração: às margens da BR-116/RJ (Dutra), na altura da Rodoviária de Barra Mansa (RJ); às margens da BR-101/RJ, na região de Rio Bonito (RJ); e às margens da BR-116/CE, na altura do município de Itaitinga (CE). Não há bloqueios e não há abordagem a caminhoneiros param nos postos.

Domingo foi de pedidos por adesão

Representantes de caminhoneiros conclamaram, neste domingo (31), para uma paralisação nacional a partir desta segunda-feira. (1º de novembro). As informações foram divulgadas através de vídeos publicados pelo WhatsApp. Um dos vídeos publicados foi do presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, mais conhecido como “Chorão”. No vídeo, ele pede que o governo federal tenha “sensibilidade” e mude a política de preços da companhia petrolífera estatal. “Peço apoio de todos os nossos irmãos caminhoneiros. A partir de amanhã, vamos cruzar os braços”, afirmou.

Outro representante a convocar para a greve é o diretor da CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) Carlos Alberto Litti. Ele afirma que o programa de paridade “tira dinheiro do povo brasileiro para dar para os ricos exploradores estrangeiros”. “Caminhoneiro, está na tua mão. Não rode, não vá para a estrada”, pediu.

O governo federal tentou desmobilizar a paralisação com a promessa de conceder auxílio diesel de R$ 400 para 750 mil caminhoneiros. A ação foi considerada uma “esmola” e foi muito mal recebida pela categoria, pois cobre apenas 13% de um abastecimento.

Governo faz ações para impedir bloqueios de caminhoneiros

Para impedir eventuais bloqueios de estradas por parte dos caminhoneiros, o governo federal entrou na Justiça, por meio da AGU (Advocacia-Geral da União). Ao todo, são 29 ações deferidas em favor do Governo Federal. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, as decisões liberam o trânsito nos principais acessos e rodovias estratégicas do país.

Na região Sul do Brasil, liminares proíbem bloqueios nas rodovias federais de Santa Catarina, de parte do Paraná e das que interligam a Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.