Análise da derrota do Grêmio em Goiânia

Tricolor teve um pouco mais de organização na etapa inicial, mas sucumbiu em erros individuais

A derrota de ontem à noite (25) pelo Brasileirão manteve o Grêmio afundado em uma crise que o aproxima cada vez mais da série B em 2022. Na partida contra o Atlético-GO, o Tricolor parecia no primeiro tempo solucionar alguns problemas de jogos anteriores, mas ao mesmo tempo ver surgirem novos.

Ao analisar pelos números, o Grêmio não começou mal o jogo. Os dados são do site SofaScore. Na primeira etapa, o Tricolor teve 60% da posse da bola, com 10 chutes. Quatro deles acertaram o gol. O Grêmio era comandado pelo camisa 10, Douglas Costa, que buscava a bola e tentava jogadas incisivas, porém nenhuma delas concluídas em gols.

A melhor chance do Grêmio na partida veio em um contra ataque. Jean Pyerre dominou em frente à área e achou Villasanti, que deu um toquinho para o gol, mas parou em Fernando Miguel.

Na coletiva, Vagner Mancini saiu em defesa do grupo e disse que, apesar dos erros, a equipe cumpriu o que foi treinado:

– Sobre o jogo acima de tudo. Nós tivemos uma grande oportunidade no primeiro tempo de fazer o placar do jogo. O Grêmio teve uma desenvoltura muito boa. Jogou com velocidade, com transição. Tudo aquilo que nós havíamos pedido no vestiário foi feito. Agora nós esbarramos em alguns erros, que acontecem em um jogo de futebol. E que a gente também não vai chegar com uma varinha mágica e corrigir todos os erros em dois jogos, em uma semana de trabalho.

Após ter tido um bom volume durante praticamente toda a etapa inicial, o Grêmio foi castigado no fim do primeiro tempo com o gol do Atlético-GO, marcado por Igor Cariús. Ele se infiltrou no setor direito da zaga gremista, que era para ser coberto por Vanderson, e finalizou na saída de Brenno. O goleiro gremista também demorou a chegar na bola.

O Grêmio foi para o segundo tempo abalado emocionalmente pelo gol do adversário e com 3 jogadores do setor defensivo amarelados: Thiago Santos, Kannemann e Paulo Miranda. Eles receberam o amarelo em lances parecidos, em que foram obrigados a conter contra-ataques do adversário com falta. Isso faria toda a diferença no transcorrer do jogo.

As trocas feitas por Mancini no início do segundo tempo também não ajudaram. Ele sacou Jean Pyerre e Douglas Costa para colocar Ferreira e Borja, e manter Diego Souza na equipe. Diego, aparentemente fora de forma, não estava bem na partida. Ao contrário de Douglas Costa, que dava o norte Tricolor na partida.

A partir daí o Grêmio desandou. Perdeu a articulação que tinha na partida. Aos 21, Paulo Miranda derrubou André Luís na área e o juíz marcou pênalti. Depois de ser chamado pelo VAR, ele expulsou Paulo Miranda, que já tinha amarelo. Paulo Miranda acabou virando um dos nomes da derrota nas redes sociais. Sua atuação no jogo de fato não foi boa. Além da expulsão, ele ganhou apenas 1 duelo de 5 disputados, fez 4 faltas e perdeu a bola 8 vezes no jogo.

Mancini relativizou as más atuações individuais:

– Não podemos olhar dessa forma. Nós temos que olhar o todo. É priorizar o coletivo porque o Grêmio está em uma situação em que todo mundo tem que dar a sua contribuição. […] Então a atuação do Paulo e de alguns outros jogadores está muito ligada ao aspecto emocional.

Agora o Grêmio tem que dar continuidade ao trabalho pois tem uma sequência de pedreiras no campeonato. Domingo joga contra o Palmeiras, e depois tem jogos contra Atlético-MG e Inter.

O Tricolor é o 19º colocado na competição nacional com 26 pontos. Porém, a distância para fora do Z-4 ainda é de três pontos porque os resultados paralelos da rodada ajudaram a equipe gaúcha.