Caso Miguel: companheira da mãe não sofre de transtorno mental, diz laudo

O corpo da criança não foi encontrado, mesmo após 48 dias de buscas. As acusadas estão presas após a mãe do menino confessar, em detalhes, o crime.

Laudo do Instituto Psiquiátrico Forense afastou a possibilidade que Bruna Nathiele Porto da Rosa, de 23 anos, sofra de transtornos mentais. Ela era a companheira da mãe do menino Miguel, que teria sido jogado no rio Tramandaí, em Imbé, no Litoral Norte. O crime ocorreu em Imbé, no Litoral Norte, no fim de julho. O corpo da criança não foi encontrado, mesmo após 48 dias de buscas. As acusadas estão presas após a mãe do menino confessar, em detalhes, o crime. As defesas das mulheres negam que elas tenham cometido os crimes.

Conforme laudo do Instituto Psiquiátrico Forense, Bruna foi considerada “plenamente capaz de entender o caráter ilícito de seus atos, bem como se determinar de acordo com o seu entendimento”. O exame também descartou que ela tenha algum transtorno de neurodesenvolvimento, transtorno de humor ou tenha feito uso de psicóticos na época do crime.

Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 26 anos, e Bruna Nathiele Porto da Rosa, 23, foram denunciadas à Justiça por homicídio triplamente qualificado. O Ministério Público entendeu que houve motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel. Elas também devem responder aos crimes de ocultação de cadáver e de tortura.

O crime foi descoberto pela polícia após Yasmin buscar a Delegacia de Polícia para registrar o desaparecimento do menino Miguel na noite de 29 de julho de 2021. No entanto, quando foi questionada de como ele teria sumido, acabou confessando que dopou a criança com um antidepressivo e a colocou dentro de uma mala. Depois, saiu de casa, na área central de Imbé, e foi com a companheira até o rio Tramandaí.

A mulher afirmou que tirou o corpo do menino da mala e o jogou no rio, em uma das noites mais frias do ano de 2021 no Rio Grande do Sul. Aos policiais, ela afirmou que não sabe se o menino estaria vivo ou morto. Ao ser questionada pelos policiais por qual motivo teria dopado o filho, a mulher respondeu que ele era “teimoso” e que “se recusava a comer”. Ela confessou que já teria feito várias torturas tanto físicas quanto psicológicas contra a criança. A mulher ainda afirmou que já tinha preparado até uma peça na casa onde viviam para acorrentar o filho com cadeados.

A peça acusatória ainda aponta que as acusadas tentaram ocultar o cadáver. Perícia feita no celular de Yasmin apontou que ela fez buscas se a água do mar poderia apagar impressões digitais.