Caso Miguel: mãe e madrastra são transferidas enquanto bombeiros seguem buscas em Imbé

Buscas a Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos, chegaram ao sexto dia, sem novos indícios. Mãe está presa desde a última quinta-feira. Madrasta foi presa no domingo.

A terça-feira (3) foi de continuidade das buscas ao menino Miguel dos Santos Rodrigues, de 7 anos, que teria sido jogado no rio Tramandaí pela mãe e pela madrasta na última quarta-feira à noite. Os bombeiros aumentaram ainda mais a área de busca, na tentativa de encontrar o corpo da criança. O objetivo é descartar a possibilidade que o cadáver esteja em uma área diferente da que foi relatada pela mãe, que teria dopado, colocado o filho dentro de uma mala e jogado ele no rio.

Como o corpo possa em local diverso ao relatado em depoimento, a Polícia Civil requisitou imagens das câmeras de videomonitoramento da região da casa das duas suspeitas. Na residência, peritos do IGP (Instituto-Geral de Perícias) usaram um produto químico capaz de mostrar manchas de sangue. A mala que teria sido usada para transportar a criança também foi encaminhada à perícia.

As buscas contaram, nesta terça-feira, com dez bombeiros em quatro viaturas. Eles também utilizaram um drone, mas ainda não obtiveram sinal do corpo da criança. As buscas prosseguem pela orla e pela foz do rio Tramandaí.

Ao mesmo tempo que as buscas do “Caso Miguel” estão em um impasse, as suspeitas da morte foram transferidas de presídio. Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, 26, e Bruna Nathiele Porto da Rosa, 23, estavam na penitenciária de Torres, que tem capacidade para 22 presas. Ambas estão, agora, na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na região metropolitana. O local pode abrigar até 432 detentas, conforme a Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários).

A penitenciária de Guaíba abriga outras presas de casos chocantes contra crianças: Alexandra Dougokenski, que confessou em maio do ano passado ter matado o filho Rafael Mateus Winques, de 11 anos, em Planalto; e Graciele Ugulini, madrasta do menino Bernardo Uglione Boldrini, morto em abril de 2014.

Como foi crime, segundo a Polícia

A Polícia Civil prendeu uma mulher em flagrante delito após ela confessar que dopou e jogou o corpo do próprio filho, de 7 anos, em um rio. O caso ocorreu em Imbé, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, na noite de quinta-feira (29). A criança segue desaparecida e o Corpo de Bombeiros faz buscas pelo menino.

Conforme o delegado Antônio Carlos Ratcz, que preside a investigação, a mulher buscou a Delegacia de Polícia para registrar o desaparecimento do menino. No entanto, quando foi questionada de como ele teria sumido, acabou confessando que dopou a criança com um antidepressivo e a colocou dentro de uma mala com rodinhas. Depois, saiu de casa, na área central de Imbé, e foi com a companheira até o rio Tramandaí.

A mulher afirmou que tirou o corpo do menino da mala e o jogou no rio, em uma das noites mais frias do ano de 2021 no Rio Grande do Sul. Aos policiais, ela afirmou que não sabe se o menino estaria vivo ou morto. Ao ser questionada pelos policiais por qual motivo teria dopado o filho, a mulher respondeu que ele era “teimoso” e que “se recusava a comer”. Ela confessou que já teria feito várias torturas tanto físicas quanto psicológicas contra a criança. A mulher ainda afirmou que já tinha preparado até uma peça na casa onde viviam para acorrentar o filho com cadeados.