Confuso: governo do RS flexibiliza, mas deixa Estado na bandeira preta

Após Eduardo Leite comunicar algumas flexibilizações no Distanciamento Controlado, o governo do Rio Grande do Sul deixou todas as regiões na bandeira preta.

O mapa da 51ª rodada, com as 21 regiões Covid classificadas no nível mais alto de risco, foi divulgado nesta sexta-feira (23) e tem vigência até 3 de maio.

Segundo o governo, como todas as regiões estão em cogestão, podem ser adotados protocolos até o nível de bandeira vermelha.

Nesta rodada, houve melhora, na média estadual, no número de internados por Covid-19 em leitos clínicos (-12%) e em UTIs (-10%). O número de registros de óbitos reduziu 24% em relação à semana passada.

“Mesmo com a melhora em indicadores da pandemia, todo o RS ficou na bandeira preta devido à trava de segurança do modelo que coloca as regiões nessa cor mesmo que alguma tenha ficado com a média mais baixa”, disse o governo.

“É importante que a população entenda que o risco ainda é alto, especialmente em função do quadro de ocupação hospitalar. Os leitos de UTI SUS estão com 82% de ocupação e os leitos privados, mais de 95%. Ainda é um indicador alto e, por isso, as pessoas precisam ajudar cumprindo protocolos, denunciando casos de aglomerações e descumprimento de regras pelo disque-denúncia”, ressaltou Leite.

“Por isso mantivemos a trava de segurança com o Rio Grande do Sul em bandeira preta, para que entendam que embora a situação esteja melhorando, não está confortável”, afirmou o governador em transmissão ao vivo pela internet.

Cogestão e educação

Atualmente, todas as 21 regiões aderiram à gestão compartilhada e podem utilizar protocolos próprios até o limite de restrições da bandeira vermelha – não podendo ser mais flexíveis do que isso.

Com o novo decreto estadual, publicado no Diário Oficial do Estado da quinta-feira (22), a cogestão vale também para a educação, o que antes não era permitido.

Portanto, já podem ser retomadas as atividades presenciais de ensino nas regiões classificadas em bandeira preta quando os protocolos municipais permitirem aplicação das regras da bandeira vermelha para as demais atividades.

Nessas situações, serão permitidas atividades presenciais de ensino e cuidados de crianças apenas nos seguintes casos:

• educação infantil, aos 1º e 2º ano do Ensino Fundamental;
• plantões para atendimento aos alunos de Ensino Médio Técnico Subsequente, de Ensino Superior e de pós-graduação;
• estágio curricular obrigatório, de pesquisas, laboratoriais e de campo, e de outras consideradas essenciais para a conclusão de curso e para a manutenção de seres vivos, conforme normativa própria;
• cursos de ensino profissionalizante, de idiomas, de música, de esportes, dança e artes cênicas, e de arte e cultura (chamados cursos livres).

O mesmo decreto contempla as novas regras anunciadas na quinta-feira (22) para restaurantes, cujo horário de atendimento ao público foi ampliado até as 22h (com saída até 23h) nos fins de semana e feriados, e os novos protocolos para parques, museus, condomínios e competições oficiais na bandeira vermelha.