RS registra quedas acentuadas de roubo de veículos, latrocínios e roubos a banco

Indicadores criminais como roubo de veículos, latrocínios e roubos a banco estão nos menores patamares em 19 anos.

O Rio Grande do Sul teve queda expressiva nos indicadores de criminalidade. Os dados foram divulgados pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) na manhã desta terça-feira (9). Crimes como roubo de veículos, latrocínios e roubos a banco estão nos menores patamares em 19 anos.

No roubo de veículos, a queda foi acentuada. Houve 470 ocorrências em fevereiro, 48,1% menos do que as 905 registradas no mesmo mês do ano passado. O total atual é o menor para o período desde o início da contabilização, em 2002. No acumulado a partir de janeiro, a retração é semelhante. O número de veículos roubados passou de 1.807 nos dois primeiros meses de 2020 para 1.015 neste ano (-43,8%), também a menor soma em toda a série histórica.

Embora possa se considerar algum impacto das restrições de circulação impostas pela pandemia, a redução recorde nos roubos de veículo ocorre no mês em que o nível de movimentação voltou a crescer. Cálculo da empresa InLoco, a partir do monitoramento da localização de celulares, mostra que a média da taxa de isolamento social no RS em fevereiro ficou em torno de 30% a 35%. Isso mesmo em um mês com dois feriados – Navegantes e Carnaval –, quando o índice de isolamento costuma subir.

Homicídios têm queda de 25,7% em fevereiro

No principal indicador de violência contra a vida, o Estado também alcançou importante redução em fevereiro. O número de vítimas de homicídio caiu de 179 no segundo mês de 2020 para 133 em igual período deste ano, uma baixa de 25,7% e o menor total desde 2007, quando houve 125 assassinatos. O resultado reverte o dado negativo de um dos poucos meses no ano passado que tinha registrado alta em relação ao ano anterior.

A comparação do acumulado no primeiro bimestre do ano passado e de 2021 mostra retração de 18,1%, passando de 337 vítimas de homicídio para 276. A soma dos dois meses iniciais deste ano é também a menor desde 2007, quando foram contabilizados 263 óbitos.

Em Porto Alegre, onde fevereiro de 2020 havia registrado alta nos homicídios frente ao ano anterior, o resultado do mês em 2021 não só se reverteu para redução como atingiu o menor total desde 2010. Houve 19 vítimas de assassinatos, 29,6% menos que as 27 do segundo mês do ano passado. Na comparação com o pico da série histórica, em 2016, quando a Capital vivenciou o pior cenário de violência da década, com 82 homicídios, o dado atual significa queda de 76,8% e 63 mortes a menos.

Na soma do primeiro bimestre, o índice que já havia chegado ao menor nível da década em Porto Alegre ficou ainda menor. O número de vítimas de assassinatos passou de 51 em 2020 para 41 neste ano (-19,6%). Frente ao pico para o período, em 2017, quando os dois meses iniciais somaram 182 óbitos, o total atual representa baixa de 77,5%.

Latrocínios caem 62,5% em fevereiro no RS

A prioridade do RS Seguro no combate aos crimes contra a vida, além de encolher o número de homicídios, se refletiu em queda ainda maior nos roubos com morte. O número de latrocínios no Estado em fevereiro baixou de oito em 2020 para três neste ano, uma retração de 62,5%. Com isso, o total desse tipo de crime retorna ao menor patamar para o mês na série histórica. Frente ao pico de 25 casos, em 2016, o dado atual representa redução de 88%.

Recorde positivo também se observa no acumulado de latrocínios no primeiro bimestre, que baixou de 13 ocorrências no ano passado para sete em 2021, uma queda de 46,2%. A tendência de redução verificada desde 2019 está relacionada, segundo a avaliação das autoridades, com o monitoramento permanente realizado pela GESeg, além da intensificação nas ações de patrulhamento ostensivo pela Brigada Militar e da investigação qualificada pela Polícia Civil, com índice de resolução de mais de 90% nesse tipo de delito.

Na Capital, o cenário ficou praticamente estável, em nível dos mais baixos nos últimos 10 anos. Enquanto fevereiro do ano passado registrou os dois latrocínios daquele primeiro bimestre, o segundo mês de 2021 registrou um caso em Porto Alegre, que somado a outra ocorrência única de janeiro fez ficar em igualdade a comparação no acumulado.

Ataques a banco e roubos segue no menor nível da série histórica

O cenário também ficou praticamente estável em fevereiro em relação aos ataques a banco e aos roubos de transporte coletivo no Estado, que se mantiveram em seus menores níveis desde o início da série de contabilização individualizada desses delitos, em 2012.

Na soma de furtos e roubos a estabelecimentos financeiros no Estado, houve sete ocorrências, uma a menos que no mesmo mês de 2020 (-12,5%). Dessa forma, como em janeiro havia ocorrido um caso a mais em relação ao primeiro mês do ano passado, a comparação de acumulados no bimestre acabou em igualdade, com 11 registros.

Fevereiro encerra com estabilidade em feminicídios

Pelo segundo mês seguido, o Estado registrou estabilidade nos feminicídios. Fevereiro teve quatro assassinatos de mulheres por motivo de gênero, mesmo número do ano passado. Dessa forma, o acumulado do bimestre também se mantém estável. Nos outros quatro indicadores acompanhados mensalmente, o total de casos diminuiu.

Entre as ameaças, foram 1,1 mil ocorrências a menos, passando de 3.447 em fevereiro do ano passado para 2.303 registros neste ano (-33,2%). Também caíram as lesões corporais (-28,1%) e os estupros (-23%).

As tentativas de feminicídio somaram um caso a menos em relação ao mesmo mês de 2020 (-4%), ainda não o suficiente para reverter a alta no acumulado do bimestre, que teve 48 casos nos dois primeiros meses do ano passado contra 57 neste ano (18.8%). Também na soma de janeiro e fevereiro, houve diminuição nas ameaças (-24.3%), nas lesões corporais (21,2%) e nos estupros (-15,1%).