Porto Alegre tem transmissão comunitária de variante mais contagiosa do coronavírus

Estudos feitos por pesquisadores brasileiros indicam que esta mutação seja entre 1,4 e 2,2 vezes mais transmissível que as versões anteriores do vírus.

Porto Alegre tem transmissão comunitária de uma nova variante do coronavírus pouco menos de um ano depois do primeiro caso de Covid-19 na cidade. A informação foi divulgada, nesta terça-feira (2), em um alerta pelo CEVS (Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande Sul) e a Diretoria de Vigilância em Saúde de Porto Alegre.

Conforme os órgãos de saúde, a nova cepa do vírus é da variante P.1. do Sars-Cov2, identificada em Manaus (AM). Estudos feitos por pesquisadores brasileiros indicam que esta mutação seja entre 1,4 e 2,2 vezes mais transmissível que as versões anteriores do vírus. Os cientistas estimam ainda que parte dos indivíduos que já tiveram Covid-19 possam ser reinfectados.

A identificação da variante P.1. ocorreu em parceria com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os dados são oriundos de um projeto de pesquisa com objetivo de descrever o perfil genômico de amostras sequenciadas pelo laboratório da instituição.

A transmissão é considerada comunitária quando não é possível rastrear a origem da infecção. Ou seja, isso indica que o vírus já circula entre as pessoas daquela região, definindo a transmissão comunitária no município de Porto Alegre.

De acordo com o CEVS, foram identificados 21 casos de pessoas residentes em Porto Alegre com a nova variante. Em 13 dos 21 casos não foi possível estabelecer contato com pessoas que tenham viajado para localidades específicas – caracterizando a transmissão comunitária.

Em 5 casos, a investigação preliminar identificou relação com pessoas vindas de locais com circulação de P.1. Os demais 3 casos, munícipes de Porto Alegre, seguem em investigação quanto à fonte de infecção. Os dados da pesquisa também relatam outros 4 exames com sequenciamento genômicos para P.1. que permanecem em investigação.