Pia aprova atuação contra Argentina, mas indica pontos a melhorar

A reação do meio-campo da seleção brasileira de futebol feminino às ausências das titulares Formiga e Luana na vitória por 4 a 1 sobre a Argentina agradou à técnica Pia Sundhage. As duas volantes não foram liberadas pelo Paris Saint-Germain (França) para disputar o She Believes, torneio nos Estados Unidos que serve de preparação para a Olimpíada de Tóquio (Japão).

Na partida desta quinta-feira (18), que marcou a estreia do Brasil na competição amistosa, Pia escalou o setor com Júlia Bianchi na cabeça de área e uma trinca de jogadoras ofensivas – Adriana, Chú e Marta – próxima das atacantes Bia Zaneratto e Debinha. Sem a dupla que dita o ritmo do meio-campo, as brasileiras tiveram dificuldades para criar lances de perigo no primeiro tempo. Mesmo assim, abriram o marcador com Marta, de pênalti. Na etapa final, com as entradas de Andressinha e, posteriormente, Ivana Fuso e Geyse, a equipe balançou as redes mais três vezes.

“Fiquei impressionada pela forma como as jogadoras se resolveram [na ausência de Luana e Formiga] hoje [quinta-feira]. No primeiro tempo, tiveram um pouco de dificuldade, mas se olharmos o [lance do] primeiro gol, teve o avanço da Adriana [que sofreu a penalidade convertida por Marta]. No segundo tempo, ela também participou. Gosto quando ela participa do jogo e penso que ela só precisa se envolver [no jogo] um pouco mais, assim como a Júlia. Algo que gosto neste time é que, se as coisas não saem como o esperado, elas são flexíveis. Estou feliz com a maneira como as jogadoras saíram do banco”, declarou Pia, em entrevista coletiva por videoconferência após a partida diante da Argentina.

Adriana, no primeiro jogo do Torneio She Believes em Orlando: Brasil x Argentina.
Adriana, no primeiro jogo do Torneio She Believes em Orlando: Brasil x Argentina.

Adriana, no primeiro jogo do Torneio She Believes em Orlando: Brasil x Argentina. – Sam Robles/CBF/Direitos Reservados

“Havia um espaço grande na frente da linha de quatro defensoras da Argentina que poderíamos ter aproveitado melhor. Quando fizemos, fomos perigosas. No segundo tempo, ganhamos confiança ao marcar os gols cedo. A maneira como os gols saíram foi muito boa. A chave é ter velocidade e ser compacto. Podemos melhorar no contra-ataque, sermos mais rápidas, sem perder a compactação”, analisou a treinadora.

As atenções de Pia e companhia se voltam ao duelo com os Estados Unidos, atuais campeões mundiais. A partida contra as anfitriãs será neste domingo (21), às 17h, novamente no Exploria Stadium, em Orlando. Embora não tenha dado pistas das titulares, a técnica disse que mandará a campo uma equipe modificada. Um dos setores que pode ter alterações é a zaga. Nesta quinta, a dupla defensiva foi formada por Rafaelle e Tainara – Erika, que vinha atuando com Rafaelle nos últimos jogos da seleção feminina, não foi convocada por causa de uma lesão na coxa direita.

“A Rafaelle, como está jogando agora, será uma jogadora de classe mundial. Meu trabalho é saber com quem ela atuará. A escolhida terá de estar tão bem quanto ela. Tentaremos diferentes jogadoras, como a Tainará, que foi bem hoje. A Bruna [Benites] também se sente confortável por ali. Não podemos esquecer a Antônia, que é jovem e treinando conosco”, elencou Pia.

Seleção Brasileira, antes do início da primeira partida do torneio.
Seleção Brasileira, antes do início da primeira partida do torneio.

Seleção Brasileira, antes do início da primeira partida do torneio. – Sam Robles/CBF/Direitos Reservados

No gol, Aline Reis saiu jogando diante da Argentina e Lelê entrou no segundo tempo. Contra os Estados Unidos, Bárbara estará em campo. A titular da posição para valer é uma incógnita – inclusive para a técnica sueca.

“É importante poder observar tantas goleiras. Cada uma tem sua característica. No fim das contas, apenas duas serão convocadas [para a Olimpíada] e uma será reserva. Hoje, não sei quem é a titular. Elas estão lutando por essa vaga nos treinos com o Thiago [Mehl, preparador da seleção feminina] e nos jogos”, resumiu Pia.