Número de internações por Covid-19 dispara e RS se aproxima de colapso no sistema de saúde

Há risco imediato do sistema de saúde entrar em colapso, quando não é possível atender nem os pacientes com Covid-19 e nem os doentes por outras causas.

A taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ultrapassou os 90% no Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (25). O Estado se aproxima rapidamente do esgotamento das unidades de alta complexidade. Há risco imediato do sistema de saúde entrar em colapso, quando não é possível atender nem os pacientes com Covid-19 e nem os doentes por outras causas. Para conter a crise, o governo decretou bandeira preta em todas as regiões gaúchas.

O motivo do caos no sistema de saúde do Rio Grande do Sul é o aumento sem controle no número de casos. Em duas semanas, a taxa de internação subiu de 76,1% para 91,8%. Até as 21h20 da noite desta quinta-feira, são 2.488 pacientes em leitos de UTI no Estado. Quase todos os leitos de UTI na rede privada esgotaram. Há 733 pessoas internadas em 724 vagas. Na rede pública, via SUS, que tem 1.987 unidades, 88,3% (1.755) estão ocupadas.

Conforme os dados do Estado, 971 (39) pacientes não são Covid. Outros 177 (7,1%) são suspeitos de terem sido infectados pelo vírus Sars-Cov-2. O total de testados positivos é de 1.340 (53,9% do total).

Três regiões Covid já estão com superlotação no sistema de saúde: Santa Cruz do Sul, Lajeado e Novo Hamburgo. Outras, como a de Porto Alegre e a de Caxias do Sul e de Taquara, já tem mais de 90% de lotação nos leitos de alta complexidade. Na região Covid de Capão da Canoa, há risco de falta de leitos clínicos, principalmente pela situação de Tramandaí, onde estão sendo atendidas 12 pessoas em 7 vagas de baixa complexidade.

Antes da pandemia, todos os hospitais do Estado tinha cerca de 900 leitos de UTI. O número foi triplicado em 11 meses, mas mesmo assim o total pode não ser suficiente.

Crise faz Centro de Vigilância Sanitária enviar alerta

O COE (Centro de Operações em Emergência), do Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), publicou um alerta máximo à população gaúcha nesta quinta-feira (25/2) sobre o aumento da transmissão da Covid-19 no Rio Grande do Sul. O documento recomenda e reafirma ações efetivas que possam diminuir a transmissibilidade do coronavírus a partir do comportamento individual e coletivo na sociedade gaúcha.

O alerta chama a atenção para o aumento exponencial de pacientes hospitalizados pela Covid-19, que alcança marcas diárias, superando projeções, com dados que confirmam a alta concentração de circulação viral.

Recomendações do COE/Cevs:

  1. Diminuir a circulação de pessoas.
    a. Ficar em casa.
    b. Respeitar o distanciamento físico de 2 metros entre pessoas que moram em casas diferentes.
    c. Evitar/não realizar reuniões públicas, viagens ou atividades não essenciais.
  2. Identificar e isolar pessoas sintomáticas ou casos suspeitos da Covid-19
    a. Testar pessoas sintomáticas ou contactantes de forma ativa e oportuna.
    b. Garantir isolamento de todas as pessoas com caso suspeito ou confirmado.
  3. Usar de forma adequada as máscaras e higienizar as mãos.