Quais serão os primeiros grupos a receber as vacinas contra o coronavírus no Rio Grande do Sul

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso emergencial das vacinas CoronaVac e de Oxford. Conforme o Ministério da Saúde, a vacinação pode começar nesta segunda-feira (18). O Governo do RS pretende iniciar a vacinação com um ato simbólico no Hospital de Clínicas. Mas quais serão os primeiros grupos a serem imunizados contra o vírus Sars-Cov-2?

Conforme o PNI (Plano Nacional de Imunização), há diversos grupos prioritários. O Rio Grande do Sul adotou a sistemática nacional, priorizando profissionais da saúde e idosos. Ao todo, o Estado vai receber 341.800 doses neste primeiro lote. Todos os municípios gaúchos receberão doses.

Os grupos prioritários para a campanha são profissionais na linha de frente em contato direto com o vírus, como pessoas que trabalham em UTI (Unidades de Tratamento Intensivo), centros de triagem e no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência); idosos em lares de longa permanência; idosos fora desses lares escalonados por faixa etária (mais de 80 anos; de 75 a 79 anos; de 70 a 74 anos); indígenas e quilombolas.

Para concluir a imunização em todo o País são necessárias 29,6 milhões de doses de vacinas, pois são necessárias duas doses. No entanto, o Brasil só tem 6 milhões, todas da CoronaVac. O Governo Federal almejava importar 2 milhões de doses da Índia, mas a transferência fracassou. O governo indiano havia pedido que o translado da carga fosse sem alarde, tendo em vista o início da vacinação por lá. No entanto, o Ministério da Saúde mandou adesivar a aeronave que traria as doses, o que atrasou a remessa.

Eficácia

A Coronavac apresentou eficácia de 50,39% nos ensaios clínicos de fase 3 conduzidos no Brasil, o que significa que a vacina reduz pela metade o risco de se contrair o novo coronavírus. A vacina impede o desenvolvimento de sintomas moderados e graves em 100% dos pacientes.

Já o imunizante de Oxford/AstraZeneca apresentou eficácia média de 70,42%, segundo estudo preliminar publicado na revista científica The Lancet no início de dezembro e validado pela Anvisa neste domingo. No entanto, os dados se tornaram alvos de questionamento porque o regime de maior eficácia (90%), feito com meia dose seguida de uma dose completa no intervalo de pelo menos um mês, é fruto de um erro na dosagem e não foi aplicado em pessoas com mais de 56 anos. O regime de duas doses completas apresentou eficácia de 62%.

Vetores

A Coronavac utiliza uma versão inativada do coronavírus Sars-CoV-2 que, ao ser apresentada ao sistema imunológico, estimula a produção de anticorpos. Esse vírus inativado não consegue se reproduzir nem é capaz de causar a doença.

Já a vacina de Oxford/AstraZeneca utiliza um adenovírus que provoca resfriado em chimpanzés e é inofensivo para humanos, mas contendo a sequência genética responsável pela codificação da proteína “spike”, usada pelo Sars-CoV-2 para atacar.

Essa sequência genética instrui as células humanas a produzirem a proteína, que será reconhecida como agente invasor pelo sistema imunológico, estimulando a geração de anticorpos. Os dois métodos são os mais tradicionais na produção de vacinas.