Reino Unido aprova uso da vacina da AstraZeneca em caráter emergencial

Essa é a segunda vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2 aprovada pelo órgão britânico e, conforme o ministro da Saúde, Matt Hancock, a imunização começará já no dia 4 de janeiro.

A Agência de Regulamentação de Medicamentos e de Produtos Sanitários do Reino Unido (MHRA) aprovou o uso emergencial da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca nesta quarta-feira (30). Com isso, essa é a segunda vacina contra o coronavírus Sars-CoV-2 aprovada pelo órgão britânico e, conforme o ministro da Saúde, Matt Hancock, a imunização começará já no dia 4 de janeiro.

A aprovação confirmou a previsão da imprensa local, que havia antecipado a informação no fim de semana. E a notícia traz bastante alívio ao governo de Boris Johnson de fazer uma vacinação em massa de maneira muito mais rápida. Isso porque a AZD 1222, nome comercial do imunizante, não exige as condições de transporte e armazenamento a temperaturas muito baixas, podendo ser mantida entre 2ºC e 8ºC – o normal de uma geladeira, por exemplo.

A primeira aprovada, o imunizante da Pfizer e da BioNTech, por utilizar uma tecnologia inovadora, exigia que as ampolas ficassem em temperaturas de -70ºC.

O Reino Unido tem garantidas 100 milhões de doses nesse primeiro momento, o que vacinará 50 milhões de pessoas, e combinadas com as compras da Pfizer/AstraZeneca, vão dar conta de vacinar toda a população britânica até o fim do ano. Até o momento, já foram vacinadas 600 mil pessoas – que começaram a receber a segunda dose nesta terça-feira (29).

Hancock acrescentou que o governo estima que a imunidade de rebanho com as duas vacinas seja atingida “até a primavera” – que no hemisfério norte vai de março a junho.

Johnson também manifestou otimismo com o “triunfo” do desenvolvimento da vacina e disse que “nós vamos vacinar o máximo de pessoas o mais rápido possível”.

Vacina tradicional

A imunização contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca utiliza um método tradicional de produção de vacinas, com o uso de um vetor viral não replicante de um adenovírus de chimpanzé, que usa a proteína Spyke do Sars-CoV-2 para “ensinar” o organismo a responder ao vírus invasor.

Os resultados da fase 3 de testes, porém, suscitaram muitas dúvidas porque apresentaram resultados muito diferentes por um erro no estudo: parte dos voluntários recebeu uma dose e meia e parte recebeu duas doses. Enquanto os primeiros tiveram 90% de eficácia na prevenção da Covid-19, os outros tiveram 62%, dando uma defesa de 70,4% em média.

Segundo o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, novos testes fizeram com que fosse encontrada uma “fórmula vencedora” e que houve 95% de eficácia na prevenção da doença e de 100% nas formas graves da Covid-19.

No Brasil, a AstraZeneca/Oxford tem parceria com a FioCruz para a produção local do imunizante, que foi a principal aposta do governo brasileiro. Já na União Europeia, segundo um dos diretores da Agência de Medicamentos (EMA), a aprovação da AZD 1222 não deve ocorrer em janeiro porque a empresa ainda não submeteu o pedido formal de registro.

Além de apresentar facilidade de transporte e armazenamento, o imunizante tem outra vantagem, o seu baixo custo. Cada dose custa cerca de US$ 4 – enquanto as vacinas mais tecnológicas chegam a custar US$ 20.