Polícia de Santa Catarina indicia casal de gaúchos por sequestro de criança em Palhoça

Criminosos aliciavam crianças de famílias carentes, oferecendo cestas básicas para as famílias e depois praticavam os abusos, segundo a investigação.

A Polícia Civil de Santa Catarina encerrou o inquérito policial sobre o sequestro e cárcere privado da menina sequestrada em Palhoça, Santa Catarina. Um casal, que é natural do Rio Grande do Sul, foi preso pelo rapto. Eles foram capturados no bairro Cachoeira do Bom Jesus, em Florianópolis. A menina foi resgatada sem ferimentos no dia 20 de dezembro.

Conforme as investigações, o casal preso aliciava crianças de famílias carentes, oferecendo cestas básicas para as famílias. Após conquistarem a confiança das dos pais, levavam os pequenos para passeios. A intenção era praticar abusos sexuais e produzir material pornográfico.

Segundo o delegado Fábio Pereira, responsável pelo caso, uma criança chegou a ficar um mês na casa dos acusados. “Eles se aproximavam dessas famílias dando cestas básicas, passeios, presentes para crianças, ganhavam a confiança das famílias. Teve criança que restou apurado que passou mais de um mês na casa do casal”, declarou.

No caso da menina de Palhoça, o casal agiu de forma diferente. Tentaram ganhar a confiança da mãe, se oferecendo para levar a menina para comprar doces, mas não obtiveram sucesso. Depois, entraram em contato para oferecer doações à família. Na noite do dia 18 de dezembro, quando seria a suposta entrega, a mulher foi agredida com golpes na cabeça e teve a filha sequestrada.

Os acusados levaram a menina até o bairro Cachoeira do Bom Jesus, em Florianópolis. A criança não foi vítima de abuso sexual, mas a polícia concluiu que essa era intenção do casal. A motivação do sequestro da criança era para fins libidinosos, declara o inquérito.

Casal preso preventivamente

O casal na região Central do Rio Grande do Sul está preso preventivamente. Os dois são naturais de Santiago, na região Central do Rio Grande do Sul. O homem tem 44 anos e a mulher, 29. Eles foram indiciados por vários crimes. No caso do rapto, por sequestro qualificado e lesão corporal grave contra a mãe da menina.

No entanto, a Polícia Civil descobriu que uma outra criança da Grande Florianópolis foi vítima de estupro de vulnerável pelo casal. Por isso, serão indiciados por abuso sexual, além do crime de armazenamento de material pornográfico infantil.

Os dois sequestradores também foram indiciados por maus tratos a animais. Uma cadela encontrada na casa do casal apresentava sinais de falta de cuidado. O animal estava raquítico, com forte anemia. A pitbull apresentava retenção de líquido na região abdominal e não tinha forças sequer para se levantar.

Avó acreditava que criminosos tinham experiência

Um dia após o fim do sequestro, a avó da criança, afirmou que acreditava que a neta não tenha sido a primeira criança sequestrada pelo casal. A afirmação foi em entrevista ao Jornal Conexão, de Florianópolis. “Pelo que ouvi dos policiais, o lugar era horrível onde a Fabíola se encontrava. Brinquedos macabros, cena de filme de terror. Roupas de criança misturadas com fezes de animais. Na minha concepção, como avó, eu tenho a impressão que a Fabíola não foi a primeira criança”, disse.

Questionada sobre como chegou a essa conclusão, a avó disse que é o que pensa pelo cenário encontrado no cativeiro pelos policiais envolvidos na investigação e no resgate da menina. O cativeiro era no Norte da Ilha, mas o sequestro começou em Palhoça, que fica na região metropolitana.

“Naquele local já deve ter estado outra criança. Por que eles teriam roupas de crianças? Brinquedos macabros? Roupa de criança suja, atirada? Estou tentando achar uma saída. Pra mim, a Fabíola não foi a primeira criança. Segundo a polícia eles não tinham filhos”, contou