Joe Biden vence na Pensilvânia e é declarado o 46º presidente dos Estados Unidos

A posse do presidente mais votado da história estadunidense ocorrerá no dia 20 de janeiro de 2021 e ele será o mais velho a ocupar o posto máximo na Casa Branca.

Joseph Robinette “Joe” Biden Jr, 77 anos, foi declarado o novo presidente dos Estados Unidos. Ele ultrapassou o “número mágico” de 270 delegados na tarde deste sábado (7). Ele alcançou 273 delegados com a vitória na Pensilvânia. A informação foi divulgada, em um primeiro momento pela AP (Associated Press) e confirmada pela CNN e NBC News.

A vitória do democrata, entretanto, é cercada de acusações infundadas de “roubo” pelo adversário, o atual presidente Donald Trump, do partido republicano. A posse do presidente mais votado da história estadunidense ocorrerá no dia 20 de janeiro de 2021. Quando tomar posse, será o mais velho a ocupar o posto máximo na Casa Branca.

Biden demorou dois dias para conquistar o número mínimo de delegados para vencer a eleição. Ele conquistou a Geórgia, com 16 delegados, após uma contagem voto a voto. Com isso, passou a ter 269 representantes a seu favor no Colégio Eleitoral americano. Foram mais algumas horas para que a votação da Pensilvânia também virasse a seu favor. Os 20 delegados deram a Biden a vitória incontestável, que ainda pode se ampliar. Arizona e Nevada ainda não concluíram a totalização dos votos, mas o democrata tem vantagem em ambos.

Na terça à noite, haviam dúvidas sobre sua vitória. A esperada “onda azul” nas horas seguintes à eleição não ocorreu, como esperavam os democratas. Trump não foi varrido. Na madrugada da quarta, parecia que o presidente americano até seria reeleito após a conquista da Flórida. Mas as coisas não foram como o republicano esperava.

Biden obteve maioria de votos em Wisconsin e em Michigan quase 18h após o fechamento das urnas. E estava na frente no Arizona e em Nevada, onde, se conseguisse obter maioria de votos, teria os 270 delegados. Mas a tabulação dos votos foi muito lenta, chegando a parar em Nevada.

Então a sorte sorriu para Biden. Veio a esperança de vencer na Geórgia e na Pensilvânia. Os dois estados poderiam ser decisivos, mas tendiam a dar vitória ao atual presidente. Conforme os votos das grandes cidades foram sendo contados, as margens de Trump começaram a ruir.

Voto a voto, literalmente

A contagem nos estados da Geórgia e da Pensilvânia foram, com o passar das horas, se tornando decisivas. Os Estados Unidos não possuem uma Justiça Eleitoral, cabendo a cada estado definir suas regras e fazer a contagem. Então cabe à imprensa descobrir o número de votos computados para cada candidato nos condados, somar o número estadual e projetar o nacional.

A cada rodada de votos divulgados, a vantagem de Trump tanto na Geórgia quanto na Pensilvânia ia derretendo. No início da madrugada americana, a diferença entre o republicano e o democrata era de 1.775 votos no primeiro estado. E de 22.576 cédulas no segundo. A diferença foi aumentando na Pensilvânia até alcançar 0,5% de diferença, o que aconteceu neste sábado.

Apuração lenta e acusações de Trump

E que parecia fácil as 23h30 de quarta-feira, se tornou dramático. A totalização foi lenta na Geórgia e na Pensilvânia, estado onde os advogados de Trump chegaram a parar a totalização por algumas horas. Eles acusavam a comissão eleitoral de “impedir” observadores republicanos no centros de contagem. Depois, disseram que queriam reduzir o distanciamento social de 2 metros para 1,5 metro. Apesar de tudo, o processo de contagem seguiu.

Trump, desesperado ao perceber que perderia a eleição, começou a bradar que estava sendo “roubado”. Primeiro no Twitter, onde fez uma série de acusações. Depois, já na noite desta quinta-feira, o presidente americano foi o pódio da Casa Branca para fazer acusações infundadas. “Se contarem os votos legais, eu ganho facilmente, se contarem os votos ilegais, eles tentam mudar o resultado”, afirmou Trump, que não apresentou provas legais para sustentar sua acusação.

O republicano disse que estava ganhando “em diversos estados com uma grande margem, mas os votos começaram magicamente a mudar”. Ele acusou regiões importantes na disputa, como Detroit, em Michigan, de serem corruptas e duplicar votos. Também acusou a comissão eleitoral e o governador da Geórgia, local onde tem visto a vantagem republicana diminuir.