Nomeação de Reitor da Ufrgs por Bolsonaro gera protestos

Comunidade acadêmica realizará ato em frente à Reitoria nesta quinta-feira às 13h

O candidato menos votado na consulta à comunidade acadêmica para a reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), na Gestão 2020/2024, foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo.

O professor Carlos André Bulhões Mendes representará a instituição nos próximos quatro anos ao lado de sua vice Patrícia Helena Lucas Pranke. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (16).

Protesto em frente à Reitoria

O Diretório Central de Estudantes (DCE) e o Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos da Ufrgs (ASSUFRGS) e a organização do movimento docente (Andes Ufrgs) manifestaram-se contrários à nomeação. Segundo as representações, será realizado um protesto nesta quinta-feira (17), às 13h, em frente à Reitoria.

A data foi escolhida porque neste dia 17 de setembro frentes parlamentares em defesa da educação, entidades sindicais e estudantis do setor promoverão um ato nacional contra cortes anunciados pelo governo na proposta de Orçamento para 2021, que representam R$ 1,4 bilhão a menos para as IFES (Instituições Federais de Ensino).

Consulta

Na consulta à comunidade acadêmica, que contou com votos de professores, estudantes e trabalhadores da instituição de ensino, os atuais reitor e vice-reitora da Ufrgs, Rui Oppermann e Jane Tutikian, venceram o pleito (com 45 votos). Em segundo lugar ficou a chapa de Karla Maria Müller e Cláudia Wasserman (com 29 votos). Em terceiro, Bulhões e Patrícia Helena Lucas Pranke (com 3 votos).

Parte da universidade, que critica a nomeação, alega tratar-se de  interferência do presidente Jair Bolsonaro e de seu aliado no Estado, o deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS) na Ufrgs. O parlamentar inclusive, afirmou dias antes, que Bulhões seria nomeado pelo chefe do Executivo, mesmo estando em terceiro lugar na lista tríplice.