Para UFPel, lockdown em Pelotas deveria ser maior para ser efetivo

Comitê alerta que bloqueio total deveria ocorrer por mais tempo

A UFPel (Universidade Federal de Pelotas) alertou, na noite dessa quarta-feira (5), que o lockdown previsto para ocorrer em Pelotas a partir do próximo sábado (8) deveria ter duração maior para ser efetivo. A instituição lançou nota comentando o decreto que estabelece novas medidas de isolamento social na cidade, que vê os casos do novo coronavírus aumentarem

O Comitê Interno para Acompanhamento da Evolução da Pandemia da Covid-19 alertou que o bloqueio total apenas no final de semana não proporcionará a redução necessária na ocupação de leitos. Para a UFPel, a adoção da medida por dois dias não é compatível com a velocidade de propagação da doença no Sul do Estado.

Na visão do comitê, nos dias estipulados para fechamento, já há uma redução maior do número de pessoas circulando, o que poderia limitar os benefícios da medida. A nota afirma ainda que seria necessário que 70% das pessoas ficassem em casa por até três semanas. Desse modo, ocorreria uma redução de 31% na demanda por leitos de UTI (Unidade de Terapia intensiva) e de 22% no número de novos óbitos.

Ação emergencial quer conter casos mais graves de coronavírus e evitar o colapso da rede hospitalar. Foto Michel Corvello/Prefeitura de Pelotas

Lockdown em Pelotas

A prefeitura de Pelotas anunciou, na terça-feira (4), que a cidade terá lockdown no próximo fim de semana. Entre a noite do próximo sábado (8) e o meio-dia de terça-feira (11), mesmo com o município estando na bandeira laranja do distanciamento controlado, haverá bloqueio total para tentar impedir o avanço da Covid-19

A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) explicou que decidiu restringir atividades após uma queda acentuada na adesão ao isolamento social. Na última semana, a média da taxa de isolamento social em Pelotas ficou em 44,5%.

“O fechamento intermitente do comércio não tem mais causado efeito. As pessoas vivem um estresse, depois de cinco meses de pandemia, e o setor acaba sendo o mais prejudicado”, justificou Paula.