Caso Rafael: menino que foi morto em Planalto teria sido asfixiado pela mãe

As informações se contrapõem a versão dada pela mãe, que confessou que matou Rafael Mateus Winques, 11 anos. Ela afirmou que teria dado medicamento ao menino.

Uma análise pericial preliminar do IGP (Instituto-Geral de Perícias) apontou que Rafael Mateus Winques, 11 anos, foi morto por asfixia mecânica, ou seja, esganadura. As informações se contrapõem a versão dada pela mãe, que confessou que matou a criança. O corpo deve ser transladado de Planalto, onde ocorreu o crime, para Porto Alegre para realização de necropsia.

Conforme a Polícia Civil, a mãe disse que teria dado o medicamento diazepam para o garoto. Com ele já debilitado, teria arrastado o corpo até uma casa próxima, que está desabitada, e escondido o corpo na garagem. A criança foi colocada sentada dentro de uma caixa de papelão. Um lençol teria sido colocado envolta da cabeça de Rafael.

No entanto, a perícia técnico-científica quer precisar, com a maior exatidão possível, a hora da morte de Rafael. Por isso, a necropsia será realizada na Capital, onde há mais recursos. Também há os melhores laboratórios de análises criminológicas do Estado.

Rafael Mateus Winques não havia sido mais visto desde o dia 15 de maio. A mãe procurou o Conselho Tutelar após um suposto desaparecimento do menino. A Polícia Civil passou a investigar o fato no mesmo dia.

As investigações – até o momento – não indicam a participação do namorado da mãe, que estaria trabalhando em uma empresa de Ametista do Sul. Imagens de câmeras de videomonitoramento, obtidas pela polícia, mostram ele no local no dia do desaparecimento de Rafael.

O pai da criança, que vivia em Bento Gonçalves, também foi investigado. O álibi dele também é compatível com seu depoimento à polícia. Ele chegou a ir para Planalto para tentar ajudar nas buscas ao filho.

O meio irmão do menino, que tem 16 anos, ajudou a polícia nas investigações. Ele prestou depoimento e deve ser, novamente ouvido para nova acareação.

Contradições em depoimentos

Em um primeiro depoimento, Alexandra Dougokenski, mãe de Rafael, disse à polícia que teria “encontrado a porta da frente da casa aberta”. E que o filho havia “desaparecido”. Perícias foram realizadas na casa onde Rafael vivia, mas não foram encontrados sinais de arrombamento.

Em outra versão, dada ontem após a confissão que havia matado o menino, a mulher relatou uma briga com Rafael no dia 14 de maio. A criança teria passado a noite mexendo no celular. A mãe, no dia 15, alegou que teria retirado o celular e dado o medicamento para que o filho dormisse. No entanto, disse aos policiais, que teria percebido que o menino não estava mais vivo durante a noite. Depois, ela teria contado a história do desaparecimento para as autoridades.

A versão, porém, não bate com os dados levantados pela perícia preliminar do IGP, que apontam para asfixia mecânica.

Pedido de prisão aceito

Ainda na noite de ontem (25), a Justiça aceitou o pedido de prisão temporária de Alexandra Dougokenski. Ela deve ser indiciada pelo crime de homicídio, com qualificadoras. No entanto, a Polícia Civil ainda precisa avançar nas investigações para identificar quais foram as circunstâncias da morte.

Para a Polícia Civil, é importante saber se Rafael foi dopado com uso de medicamento. Também é importante saber se o crime foi premeditado. E, a principal delas, se a morte do menino teve a participação de outras pessoas.