MST doa mais de 2,5 toneladas de alimentos no RS

Assentados e acampados de todo o Brasil estão doando alimentos saudáveis produzidos pela agricultura familiar para comunidades carentes como uma forma de auxílio no combate ao Coronavírus. No RS, nesta semana, duas regiões receberam a solidariedade de assentados da Reforma Agrária. Em Viamão, na região Metropolitana de Porto Alegre, e Bagé na região da Campanha.

Segundo Ildo Pereira, da direção nacional do MST/RS, apesar das dificuldades, os camponeses prometem realizar mais doações. “Vamos continuar doando. Essa é uma ação nacional, e nós vamos seguir fazendo ações. Em tempos de coronavírus a nossa obrigação enquanto militante e movimento social é salvar vidas”, pontua.

Indígenas e quilombolas

De acordo com Lurdes Ribeiro, da direção estadual do MST/ RS, famílias Sem Terra estão repartindo seus alimentos. “Os camponeses do Assentamento Filhos de Sepé, de Viamão, na região Metropolitana de Porto Alegre, em parceria com a Associação dos Moradores do Assentamento Filhos de Sepé (AAFISE) e famílias do Grupo Gestor das Hortas e Frutas da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap) arrecadaram quase 600 kg de alimentos”.

A união de mais de 50 famílias assentadas para essa ação gerou alegria à indígenas e quilombolas da região, que foram contemplados com os produtos da Reforma Agrária. Na Aldeia Canta Galo, 50 famílias receberem as cestas de produtos. A Aldeia Itapuã, com 21 famílias, também foi beneficiada. O Quilombo Peixoto dos Botinhas, que tem 60 famílias, da mesma forma recebeu os alimentos. As cestas distribuídas, continham mandioca, batata doce, bergamota, banana, figo, verduras, arroz, moranga entre outros produtos doados pelos assentados. “É importante dividir o que temos com quem mais precisa. Nós vemos a felicidade no rosto de quem estamos ajudando” ressalta a assentada Lurdes.

Já Osmar de Moura, também da direção estadual do MST/RS, destaca que a atividade está vinculada a ações da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que acontece todos os anos em abril. “Não são ocupações de terra, nem lutas de rua, mas são atos de solidariedade”, evidencia o Sem Terra.

Nesse período, o movimento luta contra a crise e a fome implantada pela pandemia do Coronavírus. O MST promove em todos os estados brasileiros, arrecadação das produções dos assentados. “A ideia é compartilhar esses alimentos com quem precisa” reforça Moura. Ele lembra ainda que toda produção distribuída é agroecológica.

300 famílias contempladas na Campanha

A estiagem assola a região da Campanha, no RS, no entanto, os assentados se juntaram à jornada nacional de solidariedade do MST. Na primeira ação realizada pelos Sem Terra na região, mais de 320 integrantes do movimento participaram da arrecadação de alimentos. Foram mais de duas toneladas de produtos coletadas. Entre os produtos doados, que serão destinados a 300 famílias de Bagé, Candiota e Hulha Negra, estão pão, feijão, arroz, mandioca, batata doce, mel, banha de porco, torresmo, farinha de trigo e milho, abóbora, massa, geleia, mandioca e sementes da BioNatur.