Com saída de Moro, Bolsa brasileira despenca 6% e dólar alcança R$ 5,70

A Bolsa de São Paulo despencou até 9,5% durante a coletiva do ex-ministro. Por sua vez, o dólar acentuou a valorização frente ao Real, alcançando os R$ 5,70. 

A saída de Sergio Moro do ministério da Justiça e Segurança Pública causou um efeito rebote no mercado financeiro brasileiro. A Bolsa de São Paulo despencou até 9,5% durante a coletiva do ex-ministro. Por sua vez, o dólar acentuou a valorização frente ao Real, alcançando os R$ 5,70.

O tombo nos papéis e a disparada da divisa americana são sinal de receio de investidores. Analistas apontam que sem Moro, o governo perde força e ganha instabilidade em meio à uma crise entre poderes e a pandemia de Covid-19.

Há forte receio do que está por vir, na visão de quem investe. O temor é que, com a saída de Moro, o governo perca a capacidade de manter suas promessas eleitorais. As principais eram combate à corrupção e economia liberal. Alguns chegam a cotar o risco do Planalto de governar, tendo em vista as fortes declarações do ex-juiz.

O Banco Central do Brasil chegou a intervir no mercado, colocando US$ 545 milhões em leilão à vista para conter a alta do dólar. Mas não adiantou muito, tendo em vista o cenário adverso na visão dos analistas de mercado. A moeda americana era cotada as 15h30 a R$ 5,73, maior valor nominal – desconsiderando a inflação – desde a criação do atual plano econômico, em 1994.

“A percepção do mercado seria de que o governo está perdendo o rumo político e o Executivo está se isolando, em meio aos problemas ligados à pandemia global, inclusive com o esvaziamento da pasta de Paulo Guedes”, disse a Infinity Asset Management em nota. Chamou atenção nesta semana o fato de o governo ter anunciado um pacote para retomar o crescimento após a crise do coronavírus sem a participação da equipe econômica.