Porto Alegre tem uma das maiores taxas de detecção da sífilis no Brasil

Porto Alegre tem uma das maiores taxas de detecção da sífilis no Brasil. São 166 casos para cada 100 mil habitantes, contra 75 da média nacional.

Porto Alegre tem uma das maiores taxas de detecção da sífilis no Brasil. São 166 casos para cada 100 mil habitantes, contra 75 da média nacional. Em razão disso, um projeto iniciou coleta de dados e monitoramento de estratégias para o combate à doença. Trata-se do projeto SIM, uma parceria do Hospital Moinhos de Vento, do Ministério da Saúde e da Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre, por meio PROADI-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde).

Uma unidade móvel de pesquisa está em operação no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico. Quem passa pelo local pode se voluntariar para participar do estudo, fazer os exames para diagnóstico da doença e também teste de HIV e hepatites virais.

O superintendente de Educação, Pesquisa e Responsabilidade Social do hospital, Luciano Hammes, explicou que os objetivos da iniciativa são facilitar o acesso para a população, com uma mensagem leve e convidando as pessoas a fazerem o teste, além de estabelecer estratégias para monitorar o tratamento, com acompanhamento por aplicativo de celular, por telefone ou presencial, nas Unidades Básicas de Saúde. Além das pessoas que serão incluídas na pesquisa, os pacientes com testes de HIV positivo serão orientados a buscar o sistema de saúde com carta de encaminhamento e exames solicitados.

A sífilis, tanto a congênita como a adquirida, apresenta aumento de casos no Brasil nos últimos anos. De acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde 2019, dados de notificação compulsória apontaram que as taxas da doença adquirida passaram de dois casos para cada 100 mil habitantes em 2010 para 42,5 casos em 2016, ano em que o agravo foi considerado como epidemia pelo Ministério da Saúde.

A sífilis é uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.

Formas de transmissão

A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou ser transmitida para a criança durante a gestação ou parto.

Sintomas

Sífilis primária

Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias.
Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.

Sífilis secundária

Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Podem ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias. Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo.

Sífilis latente

Fase assintomática. Não aparecem sinais ou sintomas. É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção). A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

Sífilis terciária

Pode surgir de 2 a 40 anos após o início da infecção. Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.