"Amor de Deus é gratuito", diz Papa em missa de Natal

O papa Francisco presidiu nesta noite (24) a tradicional missa de Natal na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e fez um chamado para os fieis colocarem o amor em prática, inclusive em relação à Igreja Católica.

A celebração foi assistida por um público de mais de 15 mil pessoas dentro da Brasílica e mais 10 mil do lado de fora, na Praça São Pedro, onde foram instalados telões.

Diferentemente de outros anos em que Papa citou problemas mundiais durante sua homilia, Francisco fez nesta noite um discurso focado no âmbito espiritual, ressaltando que o amor de Deus é “gratuito”.

“Enquanto aqui na Terra tudo parece responder à lógica do ‘dar’ para ‘ter’, Deus chega de graça. Seu amor não é negociável. Não fizemos nada por merecê-lo e nunca poderemos recompensá-lo”, afirmou o argentino Jorge Mario Bergoglio.

“O amor transforma a vida e renova a história, difunde a paz”, ressaltou. “Deus continua amando todos os homens, até os piores. Deus não te ama porque você se comporta bem ou pensa certo. Ele ama você e basta”, completou.

Durante a homilia, o Papa também comentou que alguns fieis se questionam sobre a própria bondade ou sobre o amor de Deus. “Quantas vezes pensamos se Deus é bom, se nós somos bons, e se ele nos punirá se formos ruins. Mas Deus não é assim”, disse Francisco. “Não perca a esperança. Não pense que amar é perder tempo”, encorajou.

Em seu discurso, o líder católico sugeriu ainda que os fieis não esperem o momento ideal nem a perfeição para amar. “Não esperemos que o outro seja bondoso para fazer o bem, que a Igreja seja perfeita para amá-la”.

A missa de Natal começou com uma procissão de entrada pela Basílica de São Pedro. Em seguida, Francisco beijou a imagem do Menino Jesus colocada diante do altar.

No final da cerimônia, o Pontífice levou a imagem em procissão até o presépio da Basílica Vaticana, acompanhado de 12 crianças de todo o mundo, da Itália ao Iraque, com arranjos de flores.

Amanhã, no dia de Natal, Francisco faz a tradicional benção “Urbi et Orbi” (“À cidade de Roma e ao mundo”, na tradução), às 12h de Roma.