CPERS faz críticas à proposta de mudança no plano de carreira

O CPERS (Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul) fez duras críticas ao plano de carreira apresentado pelo governador Eduardo Leite. “O governo vai pegar todas as nossas gratificações e vantagens para redistribuir no básico e pagar o piso”, afirmou a presidente do Sindicato, Helenir Aguiar Schürer.

A área da Educação, a mais numerosa entre os servidores, foi a primeira a conhecer a proposta que ainda está sendo elaborada. Antes que as propostas sejam enviadas à Assembleia, o Leite iniciou o debate público. Ele busca explicar os motivos e as consequências esperadas e tentar convencer os servidores a aderir ao plano.

Mas, na prática, não tão simples assim. Conhecido pelo discurso ácido contra os governantes, o CPERS estampou a manchete “Eduardo Leite quer que os professores paguem o próprio Piso” em seu site. Até mesmo a apresentação em slides, sem um “texto final” está sendo criticada pelos técnicos do Sindicato.

As propostas finais devem ser encaminhadas ao CPERS até segunda-feira (14). Após o governador voltará a se reunir com os deputados, com os sindicatos e com os representantes dos demais Poderes para dar continuidade à agenda de diálogo.

Choque de versões

Eduardo Leite acredita que o encontro foi proveitoso.

Há quatro anos, o RS não consegue pagar os salários em dia, então, é evidente que precisamos, sim, adaptar a estrutura da máquina pública.

Eduardo Leite, governador

“Foi uma conversa franca, honesta, transparente e respeitosa. Há quatro anos, o RS não consegue pagar os salários em dia, então, é evidente que precisamos, sim, adaptar a estrutura da máquina pública. Mostramos o cenário que trouxe o Estado até as condições atuais e apresentamos as perspectivas”, disse o governador Eduardo Leite.

Já a presidente do Sindicato, Helenir Aguiar Schürer não gostou do que ouviu. Mas vai encaminhar as propostas para discussão dos filiados.

Não há aumento real, é uma recomposição do que já temos. Pior: é um achatamento da carreira.

Helenir Aguiar Schürer, presidente do CPERS

“O governo vai pegar todas as nossas gratificações e vantagens para redistribuir no básico e pagar o piso. Não há aumento real, é uma recomposição do que já temos. Pior: é um achatamento da carreira e da possibilidade de valorização real”, avaliou.