Após invasão do Parlamento, presidente do Equador decreta toque de recolher

A medida foi firmada em Guayaquil, para onde o mandatário transferiu a sede do governo por causa dos protestos populares em Quito

ANSA Brasil | Quito, Equador – O presidente do Equador, Lenín Moreno, assinou nesta terça-feira (8) um decreto que estabelece um toque de recolher noturno nas áreas que abrigam prédios públicos.

A medida foi firmada em Guayaquil, para onde o mandatário transferiu a sede do governo por causa dos protestos populares em Quito contra o fim dos subsídios ao preço dos combustíveis. O Equador está em estado de exceção desde 3 de outubro, condição que vigorará por 30 dias e aumenta os poderes do presidente.

O toque de recolher proíbe a circulação nas “proximidades de instalações e edifícios estratégicos, como aqueles onde funcionam órgãos do governo ou outros que sejam designados pelo Comando Conjunto das Forças Armadas”. A medida valerá das 20h às 5h do dia seguinte, enquanto durar o estado de exceção.

Pouco antes da assinatura do decreto, indígenas haviam invadido a Assembleia Nacional, em Quito, para protestar contra Moreno. A capital deve sediar uma nova manifestação de massa nesta quarta (9).

O presidente disse ser alvo de um “movimento político organizado para romper a ordem democrática” e culpou seu antecessor, Rafael Correa, e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pelos protestos no Equador.

O fim dos subsídios aos combustíveis faz parte de um pacote de liberalização da economia exigido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para conceder um empréstimo ao país.