Brasilit cadastra ex-empregados expostos ao amianto

A Brasilit disponibilizou na internet um website para o cadastramento de ex-trabalhadores das unidades da empresa em Belém (PA), Capivari (SP), Contagem (MG), Esteio (RS), Recife (PE), São Caetano do Sul (SP), São Paulo (SP) e Senador Camará (RJ).

O objetivo é disponibilizar meios para a realização de exames periódicos de controle de ex-empregados que trabalharam nas plantas fabris até o ano de 2002.

A ação decorre de conciliação firmada perante o Ministério Público do Trabalho. Segundo os termos do acordo, os ex-empregados têm o prazo de 30 anos para realizá-los, a partir da data de sua rescisão contratual.

Os exames serão realizados gratuitamente com a seguinte periodicidade: a cada 3 anos para trabalhadores com período trabalhado de 0 a 12 anos; a cada 2 anos para aqueles que trabalharam de 12 a 20 anos; e anual para trabalhadores com período trabalhado acima de 20 anos.

A empresa deve informar aos trabalhadores sobre os resultados dos exames, entregando cópia do laudo médico e dando o devido encaminhamento para tratamento.

O website ficará ativo até o ano de 2032. A medida tem como objetivo fazer o diagnóstico de doenças relacionadas ao amianto, especialmente devido ao seu período de latência, que pode variar de 30 a 40 anos.

Cadastro

O endereço que contém o formulário para o preenchimento de dados é o https://www.brasilit.com.br/sobre-a-brasilit/ex-funcionarios.

A empresa deve informar aos trabalhadores sobre os resultados dos exames, entregando cópia do laudo médico, e dando o devido encaminhamento para tratamento. Os beneficiários podem buscar o atendimento no próprio website.

Em 2017 o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o uso do amianto do tipo crisotila, material usado na fabricação de telhas e caixas d’água.

Amianto

Substância reconhecidamente cancerígena pela comunidade científica nacional e internacional, o amianto crisotila foi utilizado no Brasil principalmente na fabricação de telhas e caixas d´água. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que não existe limite seguro de exposição ao mineral.

A exposição a produtos contendo amianto crisotila pode causar o mesotelioma, uma doença respiratória no mesotélio, um tecido de origem dérmica. Ela atinge principalmente a pleura (81% dos casos), o peritônio (15% dos casos) e o pericárdio (4% dos casos).

A neoplasia é frequente em pessoas maiores de 50 anos e é mais prevalente em homens. A sua ocorrência no organismo leva ao “encarceramento” do pulmão, levando a graves dificuldades respiratórias e, consequentemente, à morte.

O mesotelioma maligno ainda pode produzir metástases por via linfática em 25% das vezes. Mas o que mais preocupa é o seu período de latência: pode demorar mais de 30 anos para se manifestar.