Polícia Civil deflagra operação contra fraudes em licitações na CRM

A Polícia Civil está investigando mais uma fraude com desvio de dinheiro público. O alvo da vez é a CRM (Companhia Riograndense de Mineração), empresa de economia mista controlada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul. A companhia é responsável pela extração de carvão vegetal, utilizado na operação de termelétricas.

Cerca de 50 policiais cumprem 10 mandados de busca. As ordens estão sendo cumpridas na sede da empresa, em Porto Alegre, Butiá, Charqueadas, Alvorada e Minas do Leão. A Operação Cinerum visa combater crimes de fraudes em licitação e associação criminosa.

Quatro empresas – que funcionam no mesmo prédio, mas com CNPJs diferentes – são alvo da ação. A denúncia que deflagrou a investida policial de hoje foi feita pela CAGE (Contadoria e Auditoria Geral do Estado). E a ação foi desencadeada pela DEAT (Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária).

“As supostas fraudes teriam ocorrido, segundo o órgão de controle interno, a partir de sucessivas contratações emergenciais efetuadas pela empresa pública. Se constatou que, de um total de quatro empresas que participaram de uma consulta de preços, duas delas possuíam idêntico quadro societário”, explica Ritter.

“Outras circunstâncias que chamaram atenção apontam para o fato de a empresa que ofereceu a proposta com o menor valor ter, subitamente, desistido do contrato. O motivo alegado foi não possuir capacidade operacional para atender a demanda”, aponta o delegado.

Com a desistência, outra empresa, com os mesmos sócios, foi chamada por ter ficado em segundo lugar no pregão eletrônico. E assim ocorria sucessivamente. “Outra empresa que competiu no certame aparentemente não possuía sede e porte suficientes para realização dos serviços almejados pelo órgão público”, destaca Ritter.

Durante as buscas diversos documentos foram apreendidos. Os policiais vão analisar os itens apreendidos para identificar se há materialização dos crimes ora investigados. Também busca-se identificar os possíveis autores da falcatrua e verificar a existência de conluio entre as empresas.