Paraná seleciona PMs da reserva para atuar na segurança de escolas

Policiais militares da reserva passarão a reforçar a segurança das escolas estaduais do Paraná e a proteger alunos, pais e funcionários das unidades de ensino estaduais. Implementado pelas secretarias estaduais de Educação e Segurança Pública, o prog...

Policiais militares da reserva passarão a reforçar a segurança das escolas estaduais do Paraná e a proteger alunos, pais e funcionários das unidades de ensino estaduais. Implementado pelas secretarias estaduais de Educação e Segurança Pública, o programa Escola Segura começaria a funcionar no final de maio, mas foi antecipado após o ataque ao Colégio Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), onde dois ex-alunos assassinaram cinco estudantes e duas professoras antes de se matarem.

“Tínhamos programado lançar este programa em maio, mas com a tragédia que aconteceu em Suzano, acabamos antecipando em algumas escolas com maior risco e antecedentes de violência do Paraná”, explicou o governador Ratinho Júnior, após se reunir, hoje (26), com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, em Brasília. 

O processo de seleção dos policiais militares da reserva que vão participar da primeira etapa do programa já começou. De acordo com o governador, as primeiras cidades a receber o Escola Segura serão Londrina e Foz do Iguaçu, além de municípios da Região Metropolitana de Curitiba. Será dada prioridade às escolas localizadas em bairros mais vulneráveis. 

Treinamento

A proposta prevê que os policiais reservistas que se inscreverem para participar do programa sejam submetidos a testes físicos e de aptidão mental. Os selecionados receberão treinamento de 20 horas para atuar no ambiente escolar, sob a coordenação do Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária, e integrados com as equipes gestores das escolas.

Além da vigilância das unidades de ensino, os policiais atuarão de forma a prevenir e mediar conflitos escolares, prevenindo a violência, a depredação dos prédios, o tráfico de drogas e o bullying. 

“Não se trata só de termos um policial treinado na porta da escola. Haverá também um trabalho pedagógico de treinamento com os professores para que eles possam, eventualmente, entender o comportamento diferenciado de algum aluno”, disse Ratinho Júnior. 

O governador disse que a Defesa Civil também vai dar treinamento para o caso de catástrofes naturais. “Haverá um trabalho preventivo, já que os policiais que vão monitorar o movimento de entrada e saída das escolas poderão [em outros momentos] dar cursos do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência [Proerd]”, disse o governador. 

Na primeira etapa, que funcionará como um teste, o governo estadual pretende implantar o Escola Segura em ao menos 100 escolas. O Paraná tem 2.143 escolas estaduais e a decisão de aderir ao programa será da direção de cada estabelecimento, em conjunto com a comunidade escolar. Para a primeira fase, foram abertas 74 vagas para policiais reservistas atuarem em Londrina e 46 para Foz do Iguaçu. O processo seletivo para a Região Metropolitana de Curitiba começará em breve. 

Podem se inscrever para as vagas os PMs que estão na reserva há, pelo menos, dois anos e que não tenham sido condenados ou denunciados criminalmente. Os selecionados receberão R$ 113 por dia de trabalho no ambiente escolar. O governo paranaense estima um investimento de R$ 5 milhões nesta primeira etapa em diárias e equipamentos. O projeto-piloto vai durar cinco meses. Após este período, o governo vai avaliar os resultados e decidir sobre a ampliação do projeto.